Previsões otimistas

Para os produtores de açúcar e álcool há uma estimativa risonha nos próximos anos. Ambas as commodities continuam em alta na estimativa dos especialistas, fazendo com que o setor reveja as contas ante o recente recuo dos preços do açúcar no mercado internacional, mas sem perder de vista a certeza de ganhos promissores nas futuras colheitas.

O açúcar teve sua maior cotação em fevereiro deste ano na Bolsa de Nova York, alcançando 19,7 centavos de dólar por libra-peso, embora a euforia tivesse durado pouco e fosse suplantada por um movimento de queda. Mesmo assim, os produtores brasileiros estão otimistas, porque o custo de produção da cana está entre os menores do mundo e a demanda de açúcar no mercado externo, aliada ao crescente interesse por investimentos na produção de álcool, tornam o cultivo bastante estimulado.

Segundo o mercado, as cotações do açúcar em Nova York deverão oscilar entre 10,7 centavos e 12,7 centavos de dólar, podendo cair abaixo dos 10 centavos por libra-peso, embora a tendência de alta seja considerada segura. Mesmo diante do cenário pessimista, o produtor brasileiro terá rentabilidade assegurada em face do custo de produção, situado em torno de 10,3 centavos de dólar, ao passo que nos principais concorrentes, como Guatemala e Tailândia, o custo de produção gira entre 11 e 12 centavos de dólar.

A queda da cotação do açúcar foi ocasionada pelas grandes produções do Brasil e Índia. No caso brasileiro, ainda houve o impacto da desvalorização do real frente à moeda norte-americana atuando fortemente sobre a competitividade no mercado internacional. Preços menos firmes em 2007, entretanto, não abalam a confiança do setor sucroalcooleiro, que prevê investimentos da ordem de US$ 15 bilhões na implantação de novas usinas, dos quais um terço já foi aplicado.

Empresários tradicionais do setor, na avaliação de Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, poderão reduzir o ritmo dos investimentos, embora estejam determinados a concluir todos os projetos. Ainda não é conhecido o tamanho da produção brasileira de cana na safra de 2007/08, mas se cogita que a mesma deva superar a produção atual de 420 milhões de toneladas.

Nos últimos anos, a safra de cana tem crescido entre 10% e 15%, esperando-se a repetição do bom desempenho das lavouras. Tanto é assim que na região Centro-Sul, responsável por 85% da produção nacional, 16 novas unidades de produção de açúcar e álcool devem iniciar as atividades em 2007. Somadas, as novas unidades industriais vão demandar 15 milhões de toneladas de cana a mais na próxima safra, prenunciando novo recorde na produção.

Também cresce a demanda de álcool no mercado externo, porquanto o espaço para a colocação da commodity em áreas dos Estados Unidos não supridas pela produção local é de 700 milhões de litros anuais. Na safra atual, o Brasil embarcou cerca de 1,4 bilhão de litros de álcool para o citado país, com tarifa de 54 centavos de dólar por galão.

A notícia auspiciosa para os produtores paranaenses foi reforçada pelo anúncio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), dando conta da conclusão das obras do terminal público para otimizar a exportação do álcool produzido no Paraná. Exemplo propositivo de como se pode obter rendimento das relações cordiais entre o governo e a iniciativa privada.

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