O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), peça importante da estrutura do Ministério do Planejamento, refez seus cálculos sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006, cravando a estimativa em 3,4%.

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Como se observa, um índice pouca coisa mais retumbante que o pífio crescimento do ano passado (2,3%), quando em termos de América Latina o Brasil somente conseguiu suplantar o Haiti, o país mais paupérrimo do subcontinente.

A posição assumida publicamente pela entidade governamental, notabilizada pelo rigor com que conduz os trabalhos de pesquisa em economia aplicada, é menos otimista que as demais versões já ventiladas pelo próprio governo.

No ano passado, o ministro Antônio Palocci havia previsto o crescimento de 4,9% do PIB em 2006, índice desde então incluído no discurso do presidente da República. O Fundo Monetário Internacional (FMI), parceiro dos mais interessados nas coisas do Brasil, arriscou o prognóstico de 4%, não por acaso o número também defendido pelo fiel discípulo Henrique Meirelles, presidente do Banco Central.

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O presidente da República tem pedido com insistência a redução drástica da taxa básica dos juros (Selic), a fim de proporcionar as condições mínimas para a retomada do crescimento econômico, de tal forma que os investimentos possam crescer, gerando empregos e distribuição de renda. Ontem o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a se reunir para baixar a taxa de 17,5% para 16,5% ou até 16,25%, mas ainda em compasso muito lento.

Aliás, o Ipea foi levado a refazer as contas sobre a expansão do PIB no atual exercício, ao constatar a queda de 7% para 5,8% nas previsões de investimentos no setor produtivo. Com isso, está provado que em economia é cada vez mais irresponsável a utilização do chutômetro, tendo em vista a montanha de gafes e frustrações produzidas nos últimos tempos.

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