Na semana passada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou ata que prepara o terreno para a elevação dos juros. Segundo o documento, a manutenção da taxa em 16% ao ano não é suficiente para que a inflação se mantenha dentro da meta estabelecida. Uma das principais ameaças inflacionárias é a alta do petróleo.
Lula participou de parte do encontro, comandado pelo secretário do conselho, ministro Jaques Wagner. O presidente ouviu mais do que falou. Em uma de suas poucas intervenções, ressaltou a necessidade de parceria do Estado com o setor privado para evitar a manutenção do ciclo de crescimento. “Temos de tirar da agenda a ata do Copom para não ficarmos num círculo vicioso”, disse Wagner, após a reunião com Lula.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, defendeu um acordo para segurar a inflação sem que os juros precisem ser aumentados. “Se temos indicador de inflação, resta ao BC lançar mão do remédio que dispõe, que são os juros, mas isso tem um efeito colateral muito grande”, disse o sindicalista. “São necessários outros remédios, como o aumento da produção para criar mais oferta ou até a importação, com isenção de impostos, de certos produtos.” O grupo discutiu ainda saídas para a diminuição do spread bancário e as articulações para a aprovação no Senado das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Além Marinho, a CUT também foi representada por seu secretário-geral, João Felício. Entre os empresários presentes estavam Eugênio Staub, Antoninho Trevisan, Horácio Lafer Piva, Ivo Rosset e Paulo Francini.
Encontros como o de hoje vêm sendo promovidos de forma constante por Wagner. A reunião ampliada do Conselho de Desenvolvimento, com todos seus integrantes, está marcada para 23 de setembro.
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