Os técnicos norte-americanos Valerie Rose e Charles Klein acompanham o trabalho do grupo JERA. |
“Curitiba está realizando um trabalho muito estruturado e organizado”, disse Charles Klein. Acompanhado de Valerie Rose, o técnico começou a visita pela Unidades de Saúde Vila Hauer e o Centro de Orientação e Aconselhamento (COA)
“As Unidades de Saúde possuem boas estruturas, semelhantes às dos Estados Unidos. As filas que vimos aqui não são diferentes das que temos por lá. A diferença é que aqui, 98% do atendimento aos pacientes de HIV é realizado pelo sistema público de saúde, o SUS”, disse Charles.
No final da tarde de segunda-feira os técnicos foram até a praça Tiradentes, no centro onde acompanharam o trabalho de redução de danos com usuários de drogas, realizado pela JERA, em parceria com a Prefeitura de Curitiba.
“Nos chamou a atenção a forma como é realizada a discussão da sexualidade do paciente já portador do HIV”, disse Charles. Segundo ele, nos Estados Unidos os médicos não possuem o mesmo tipo de abordagem durante as consultas.
“Consideramos positiva essa discussão. Afinal de contas, prevenção não significa apenas distribuir preservativos mas também orientar o paciente para que ele possa continuar a viver, mesmo doente, com boa qualidade de vida. Isso significa saber como ele mantém o relacionamento com seu parceiro”, afirmou o técnico americano.
Os técnicos ficam na cidade até a próxima sexta-feira. Antes de viajar eles pretendem, em parceria com técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, elaborar uma proposta de avaliação e monitoramento das ações de prevenção das doenças. A visita está sendo promovida pela ong Aliança Nacional de Coordenadores Estaduais de Programas da Aids dos Estados Unidos (NASTAD).
Pioneira
Curitiba foi a primeira cidade do país a ampliar, em 2001, o teste do HIV para todas as unidades municipais de saúde. O teste é ofertado em 95 unidades com a garantia de aconselhamentos pré e pós exame, sigilo e qualidade na agilidade na entrega do resultado.
A ampliação dos testes possibilitou o acesso ao diagnóstico do HIV para a população em geral; a identificação da soropositividade do HIV na população de adultos jovens, como forma de adotar estratégias para controle da transmissão do vírus; o diagnóstico precoce, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos portadores do HIV/Aids e a disponibilizarão dos serviços de saúde e terapêutica específica.
Em Curitiba, são sete unidades de referência para atendimento de portadores do vírus da aids e mais o COA que também faz exames. As unidades referência são as de Uberaba de Cima, Vila Hauer, Vila Verde, Santa Felecidade e Ouvidor Pardinho e os Centros de Especialidades Bairro Novo e Santa Felicidade.