Pressão dos ruralistas

Os produtores rurais relacionados com o agronegócio, além da reconhecida atuação de suas entidades classistas mantêm um canal aberto no Senado da República, onde milita uma bancada suprapartidária com atuação e liderança de acentuada visibilidade no setor agropecuário. Alguns senadores incluem em suas múltiplas atividades a produção rural.

Exatamente por esse motivo, o Senado tem marcado presença bem mais atuante na discussão dos problemas do setor, já que muitos de seus integrantes têm interesse no fortalecimento do agronegócio e, em casos específicos, exercem ao lado de suas atividades parlamentares cargos de direção nas entidades representativas dos produtores. Dentre os parlamentares brasileiros mais atuantes na defesa da atividade rural e do agronegócio, destaca-se a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que atualmente ocupa uma das vice-presidências da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

De acordo com a informação do jornal Valor Econômico, na semana passada houve um jantar em Brasília, patrocinado pela CNA, com a presença de 17 senadores especialmente convidados para o evento, onde ao refinado cardápio foi acrescentado um prato extra, ornado por alguns recheios apimentados como o direito à propriedade da terra, as relações de trabalho no campo e as recentes questões ambientalistas suscitadas pelo avanço da agropecuária na Amazônia Legal.

A senadora Kátia Abreu revelou que a agropecuária não pode permanecer restrita ao interesse isolado dos produtores, porque se trata de um problema do Estado brasileiro. O exemplo mais eloqüente dessa constatação inevitável foi argüido pela própria senadora, ao revelar que estão tramitando atualmente no Congresso 904 projetos, dos quais 353 embutem elementos de apoio à produção e ao agronegócio, ao passo que 372 defendem posições claramente antagônicas.

Kátia aproveitou para propugnar uma ação conjunta objetivando sustar os efeitos de uma lei que obriga os produtores a cumprir os graus de utilização e produtividade da terra, argumentando que na eventualidade de uma adversidade qualquer, o produtor não poderá reduzir a área plantada e, de modo compulsório, será induzido a se tornar incompetente.

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