Três pessoas foram presas, na noite de ontem, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, acusadas de maus tratos, cárcere privado e infração ao Estatuto do Idoso. Elas são responsáveis pela Associação Filantrópica Tia Leoni, que mantinha uma casa de repouso, onde viviam, segundo a prefeitura, 62 pessoas, a maioria com problemas mentais. Foram presos a responsável pela instituição, Deomir Farias, sua filha, Andréa Esteve Martins, e seu irmão, Jamir Francisco Farias.

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Apesar de a casa ter uma boa aparência e estar localizada no Jardim Aristocrata, um dos bairros de classe média alta do município, apenas três pequenos cômodos, nos fundos, eram destinados aos 62 doentes. Eles passavam a noite amontoados em poucas camas ou estendidos no chão, envoltos em cobertores muito rasgados. Baldes serviam como banheiro nos quartos e exalavam cheiro muito forte. Até restos de fezes foram encontrados nas camas.

As janelas possuem grades e as portas, segundo a polícia, eram fechadas pelo lado de fora, o que caracterizaria cárcere privado. Sem energia elétrica, o banho era com água fria. Muitos doentes ainda reclamaram que às vezes apanhavam para tomar remédios.

No pedido para a nova vistoria o MPE recomendou que fosse feita à noite. "Vimos que, por trás da fachada, estavam empilhando seres humanos", afirmou Matoso. "A vistoria fora do horário comum possibilitou que fosse dado o flagrante." Segundo o secretário, algumas pessoas já procuraram o local, hoje, para retirar seus familiares.

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