Presos produzem livros-falados para deficientes visuais

O secretário da Justiça e da Cidadania, Aldo Parzianello, lançou nesta terça-feira (20) em Maringá, a terceira fase do programa Visão de Liberdade, um projeto inédito no país, que consiste em livros-falados em CD, produzidos por presos da Penitenciária Estadual de Maringá. As duas primeiras etapas envolvem digitação de livros paradidáticos, de literatura geral em Braille e confecção de matrizes em relevo.

Na solenidade, 54 estudantes deficientes visuais receberam disc-man doados pela Delegacia da Receita Federal de Maringá e dois CDs, cada um contendo os livros ?O segredo da Oncinha?, de Ana Maria Machado, e ?Bulungo, o Rei Azul?, de Pedro Bloch. Narração, edição, trilha sonora, efeitos especiais e demais itens envolvendo a produção dos livros-falados foram de responsabilidade dos detentos. A partir das matrizes, as duas obras serão reproduzidas e distribuídas a crianças e jovens deficientes visuais de escolas de 127 municípios do Noroeste do Estado.

Parzianello anunciou a extensão do Visão de Liberdade à Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara e à Penitenciária Industrial de Cascavel (PIC) para atendimento, respectivamente, do público estudantil com deficiência visual da Região Metropolitana de Curitiba, litoral, Sudoeste e Oeste do Paraná. ?Inicialmente, nestas duas unidades, os detentos trabalharão na digitação de livros didáticos e de literatura em Braille?, explicou o secretário.

A iniciativa, nascida na PEM sob inspiração de seu diretor, coronel Antônio Tadeu Rodrigues, começa a alcançar novas fronteiras. O secretário revelou que Copel e Sanepar estudam futuramente a possibilidade de emitir suas contas em braile, sempre que o consumidor com deficiência visual a solicitar. Na unidade maringaense, 21 presos estão envolvidos nas três etapas do projeto que permite a eles a remissão da pena: a cada três dias de trabalho, um é reduzido do total de dias a cumprir em reclusão.

O projeto ?Visão da Liberdade?, em parceria com Centro de Apoio Pedagógico para Atendimentos às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), da Secretaria da Educação e apoio do Rotary Club, já produziu mais de 60 livros didáticos e de literatura infanto-juvenil em Braille, além de maquetes, mapas e figuras em relevo aos municípios do Noroeste.

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