A Justiça de Rio Negro, a 110 quilômetros de Curitiba, no Sul do Paraná, determinou hoje a prisão de 21 pessoas acusadas pelo Ministério Público do município de integrar ou facilitar o trabalho de uma quadrilha especializada em roubo de cargas.
Treze pessoas já estão presas, entre elas o delegado-titular da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba, Armando Marques Garcia, e o investigador Hélcio Biazetta. Também teve prisão decretada a delegada-adjunta da mesma delegacia, Margareth Mota. Os policiais estão na custódia da Delegacia de Furtos e Roubos.
O corregedor-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira, não foi encontrado hoje. Mas, em entrevista à televisão, ele disse ter sido pego de surpresa com a decretação da prisão dos policiais. “Nós os temos como excelentes profissionais, os dois delegados sempre tiveram renome na polícia como bons profissionais”, salientou. Ele disse que será instaurado um processo disciplinar na corregedoria para apurar as acusações.
O advogado dos delegados, Antonio Figueiredo Bastos, disse que as acusações são “vazias” e podem estar sendo feitas “mais com intenção de atingir políticos e outras pessoas interessadas nessa investigação”.
O nome dos policiais aparece na gravação de um grampo telefônico, em que uma pessoa os acusa de terem recebido dinheiro para “esquecer” a apreensão de uma carga roubada.
Os policiais são acusados de concussão (crime de corrupção praticado por funcionário público). Pela denúncia, a quadrilha estaria envolvida inclusive na morte do vereador Divonzir Rodrigues, de Campo do Tenente, ocorrida em março. O vereador estaria fazendo investigações sobre o roubo de cargas na região.
