Cerca de 30 obras de arte produzidas por presos do Complexo Médico Penal (CMP) foram expostas na 1ª Mostra Oficinarte, aberta ao público no fim da tarde de ontem, no Núcleo de Educação, sede São Francisco. Pinturas em tinta guache, desenhos a lápis e técnicas de colagem foram os trabalhos selecionados, de internos com transtornos mentais ou em tratamento de dependência química.
O secretário da Justiça e da Cidadania, Aldo Parzianello, classificou a iniciativa ?como uma das formas mais humanas de reabilitação do preso numa unidade penal?. Com a filosofia de que a arte é uma das melhores formas de demonstrar a habilidade interior de cada detento em tratamento, a diretora da unidade, Cinthia Bernardelli, parabenizou as professoras da escola Mário Faraco (responsável pela educação no Sistema Penitenciário). ?Com o esforço conjunto, a doação de materiais da Provopar e a crença nesse tipo de trabalho, pretendemos levar as artes como forma de humanizar a internação do preso?, analisou Cinthia.
A professora de artes Odília Vallim explicou que toda a simbologia das obras dos detentos não é diferente de qualquer pessoa envolvida com a atividade artística. ?Cada qual expressa seus sentimentos, valores e visão de mundo de forma particular?, salientou. De seu trabalho com esses internos do CMP, unidade localizada em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, Odília participará do 1º Encontro dos Educadores nas Penitenciárias, a ser realizado na primeira semana de novembro em Fortaleza (CE).
O Complexo abriga 405 presos, sendo que 350 estão em medida de segurança, ou seja, submetidos a tratamento. As obras ficarão expostas no subsolo do Núcleo de Educação, na Rua Inácio Lustosa, 700, São Francisco, em Curitiba.