Belo Horizonte, 23 (AE) – Os presos acusados de envolvimento num esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro foram transferidos na noite de hoje da cadeia pública de Governador Valadares, no leste de Minas, para Belo Horizonte, de onde partirão para unidades prisionais do Estado. A transferência havia sido determinada pela 4.ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, mas só foi agilizada após a exibição de imagens que revelam que nove detentos – presos pela Polícia Federal na operação Farol da Colina, no dia 17 de agosto – desfrutavam de diversas regalias na cadeia.
O doleiro Walber João Mansur, que estava foragido, se apresentou hoje à PF em Governador Valadares, que cumpriu o mandado de prisão expedido contra ele. Mansur e outros sete acusados serão transferidos para as penitenciárias Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte e Agostinho de Oliveira Júnior, em Unaí, na região noroeste do Estado. A única mulher do grupo – a advogada e contadora Maria Aparecida Ferreira Aguiar – será levada para o presídio feminino Estevão Pinto, na capital mineira. A PF procurava manter sigilo sobre a operação, alegando motivos de segurança.
O empresário Emílio Cláudio de Alvarenga Fróes foi submetido a exames médicos e foi decidido que ele não seguirá com o grupo. Fróes sentiu-se mal durante a madrugada e precisou ser hospitalizado.
Imagens – A divulgação das imagens levou a Secretaria de Estado da Defesa Social a afastar do cargo o delegado regional de Governador Valadares, Astrogildo Valério. Suas funções foram assumidas ontem pelo delegado José Geraldo do Espírito Santo.
As imagens revelam que, entre outras mordomias, os presos recebiam encomendas e compras na porta da cadeia e circulavam à vontade pelas dependências dela.
Na operação em Governador Valadares também foi preso o agente da Polícia Federal Jorge Luiz Gomes Lemos, que já foi transferido para a Superintendência do órgão na capital mineira.
