O ex-segurança Wagno Lúcio da Silva, de 41 anos, que permaneceu preso injustamente por oito anos e três meses, entrou na Justiça com uma ação contra o Estado exigindo indenização de R$ 7,137 milhões por danos morais e materiais. Acusado de matar o motorista de táxi Rodolfo Cardoso Lobo em 1997, Wagno foi condenado a 23 anos de prisão. A comprovação do erro judiciário ocorreu em fevereiro, quando o 2º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) revisou a sentença de abril de 1999 e absolveu o ex-segurança.
"Ele foi afastado da filha, dos pais e viu sua família ser dizimada. Com um ano, a mulher o largou, levou a filha embora, casou com outro. Ele foi chamado de bandido", argumentou o advogado Dino Miraglia Filho, um dos quatro profissionais que assinam a petição. Os advogados lembram no documento que o próprio governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), reconheceu numa entrevista que Wagno tem direito de ser indenizado pelo Estado.
O pedido de indenização foi distribuído ontem na 1ª Vara Cível da Comarca de Congonhas, região metropolitana de Belo Horizonte. Curiosamente, por sorteio, ficou determinado que a ação será examinada pelo juiz Paulo Roberto Caixeta, o mesmo que condenou Wagno. "O juiz agora tem uma chance de ouro de consertar toda essa tragédia", disse Miraglia.