Fortaleza – Integrante da quadrilha que roubou o Banco Central em Fortaleza, em agosto, Pedro José da Cruz, conhecido como Pedrão, acusou policiais civis de São Paulo de terem ficado com R$ 2,4 milhões do dinheiro que recebeu. Ele fez a denúncia em depoimento ao juiz Danilo Fontenelle Sampaio, da 11ª Vara da Justiça Federal. Contou que receberia R$ 4 milhões por sua participação no roubo dos R$ 164,7 milhões

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Cerca de R$ 2,5 milhões foram entregues a ele em São Paulo, vinte dias após a invasão do cofre do BC. Uma semana depois, segundo ele, seis pessoas chegaram em sua casa, em Suzano (SP), se dizendo policiais, perguntando onde estavam os R$ 2 milhões. A quantia teria sido entregue por ele aos supostos policiais.Alguns dias depois, o grupo voltou e levou mais R$ 400 mil.

O ladrão está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Fortaleza, desde o dia 11 de novembro. Ele foi detido um dia antes, em São Paulo, com outros dois acusados: Anselmo Oliveira Magalhães, vulgo "Cebola", e Leonel Moreira Martins. Os três foram ouvidos ontem (05) pelo juiz Danilo Fontenelle. Pedrão assumiu o crime e deu detalhes sobre o furto milionário. Os demais negaram.

Três meses

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De acordo com o depoimento dele, a escavação do túnel de 80 metros que deu acesso ao cofre do banco levou três meses e envolveu cerca de 30 pessoas, divididas em três turnos. Ele trabalhava no turno da manhã e morava na própria empresa, usada como fachada, na Rua 25 de Março, 1.071, no centro de Fortaleza, onde começou o túnel.

Pedrão disse ter sido convidado, em maio, durante uma conversa de bar, em Arujá (SP), por Davi Silvano da Silva, o "Veio", para fazer uma reforma de um imóvel em Fortaleza. Apenas uma semana depois de chegar à capital cearense é que, segundo ele, teria sido informado sobre os planos para roubar o BC. Após a revelação, Pedrão disse ter ouvido do assaltante Fernando Carvalho Pereira, foragido e apontado como um dos líderes da quadrilha, que as pessoas "só sairiam antes (da ação) na bala".

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Dos R$ 164,7 milhões furtados no primeiro fim de semana de agosto a polícia recuperou cerca de R$ 18 milhões. Dezesseis pessoas foram denunciadas à Justiça. Nove das quais estão presas em Fortaleza.