Presidentes, ONGs e líderes querem encontro com Lula na Europa

A confirmação da ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Fórum Econômico Mundial, que começa amanhã, em Davos, na Suíça, gerou nos últimos dias uma verdadeira enxurrada de pedidos de encontros bilaterais com o chefe de Estado brasileiro por parte de outros presidentes, organizações não-governamentais (ONGs) e líderes empresariais. “Todos, sem exceção, querem aproveitar para pousar em fotos ao lado de Lula”, garante um assessor do evento de Davos.

Somente nesta semana, a Embaixada do Brasil em Berna recebeu cartas de mais de uma dezena de países pedindo a realização de reuniões entre seus presidentes e Lula. Um desses pedidos é do presidente da Suíça, Pascal Couchepin, que será atendido por Lula. A agenda do encontro será livre e o líder suíço aproveitará a popularidade do brasileiro para mostrar aos seus eleitores que está empenhado em ajudar os programas de redução de pobreza nos países em desenvolvimento.

Outro pedido de encontro com Lula, por exemplo, é do presidente da Macedônia, Boris Trajkovski. O Palácio do Planalto ainda não confirmou se Lula irá abrir um espaço em sua agenda mais do que lotada para se reunir com o líder macedônio.

Mas não são apenas os políticos que querem tirar proveito da imagem do brasileiro. A maior parte dos presidentes das multinacionais já procurou o governo brasileiro para pedir entrevistas com Lula durante as pouco mais de 48 horas que ficará na Suíça.

Nesse caso, Lula deverá aproveitar para conseguir arrancar dos maiores empresários do mundo verbas para programas como o Fome Zero. Em Davos, especula-se que até mesmo Bill Gates, criador da Microsoft, estaria interessado em se reunir com o presidente brasileiro.

ONGs

Lula ainda terá uma difícil tarefa: escolher para qual das 71 ONGs reservará seu tempo. O presidente está sendo apontado por ativistas como a pessoa que poderá fazer a ligação entre as idéias do Fórum Social de Porto Alegre e o de Davos. Por isso, as entidades querem contar com o presidente brasileiro em seus eventos, que vão ocorrer paralelamente à reunião do Fórum Econômico com o objetivo de questionar a globalização.

A assessoria da Presidência da República informou que o presidente chegará sábado (24) à noite a Davos, depois de fazer o trajeto entre Zurique, onde desembarca à tarde, provavelmente de carro. Ainda na noite de sábado, Lula participará de um jantar, ao qual estarão presentes alguns presidentes latino-americanos, entre eles Eduardo Duhalde, da Argentina, e Vicente Fox, do México.

Domingo (25) de manhã, o presidente brasileiro vai se dedicar aos encontros bilaterais que serão selecionados. À tarde Lula proferirá palestra no plenário do evento. O discurso do presidente brasileiro vem despertando grande interesse entre os participantes. Ainda na noite de domingo, Lula participará de um jantar oferecido pela direção do Fórum, que reunirá ainda graduados líderes políticos e empresariais. Na manhã de segunda-feira (27), o presidente embarca para Berlim.

Apesar de o fórum só começar amanhã, já havia uma grande movimentação em Davos hoje. As autoridades suíças prometeram montar um forte esquema de segurança com mais de 2 mil efetivos da polícia. Mas, até hoje, o policiamento ainda não era ostensivo. Está prevista uma manifestação (autorizada) no sábado quando Lula chegará à sede do evento.

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