O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai convocar uma reunião na próxima
semana para tentar resolver o imbróglio da criação do Fundo Nacional de
Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb), uma das suas promessas de campanha.
No encontro, a cúpula do governo terá de decidir se investe ou não os recursos
necessários para o Fundeb, debate que dividiu o governo entre os que apóiam o
Ministério da Educação e a equipe econômica.
O fundo, uma das promessas
mais antigas do PT, deve ampliar os recursos para o financiamento da educação
básica no País. O projeto preparado pelo MEC prevê que a União invista cerca de
R$ 1 bilhão por ano, até chegar R$ 4,3 bilhões. É justamente esse montante de
recursos que incomoda a equipe econômica. Nesta semana, o secretário do Tesouro,
Joaquim Levy, disse a colegas de governo que não é necessário usar toda essa
verba para melhorar a qualidade da educação básica.
Não é o que acha o
ministro da Educação, Tarso Genro. Há cerca de uma semana, em entrevista ao
Estado, o ministro classificou esses recursos de "ínfimos" para um País do
tamanho do Brasil e perante "as responsabilidades perante a América Latina e o e
mundo". Tarso afirmou que o Ministério da Educação vai insistir na sua proposta
e o presidente terá de decidir "se a educação vai ser realmente um carro-chefe
do seu governo e o presidente será caracterizado como o presidente da educação
ou não".
Após a entrevista, o ministro recebeu alguns apoios. Entre eles,
o do ministro da Secretaria de Comunicação de Governo, Luiz Gushiken. "Estou me
movendo com muita tranqüilidade. Estou cumprindo um projeto de governo que o
presidente apresentou na sua campanha", comentou Tarso.