O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez há pouco, em discurso no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, uma firme defesa de sua política de relações exteriores e de negociações internacionais de comércio. Ele lembrou, por exemplo, a constituição do G-3, formado por Brasil, Índia e África do Sul e, depois, do G-20, grupo formado por nações em desenvolvimento.

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"Muita gente dizia: Presidente Lula não faça isso, que o senhor está brigando com os Estados Unidos e com a União Européia. Eu não estou brigando. Aprendi no movimento sindical que eu sou mais pobre, tenho menos dinheiro, portanto, tenho menos força e tenho que ter mais gente ao meu lado", justificou.

Ele também defendeu a estratégia brasileira de aproximação com os demais países da América do Sul, na qual o Brasil tenta se fortalecer como principal liderança, e com os países da África. "Quando os Estados Unidos implicaram com o nosso companheiro Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela), fomos nós, em Quito (Equador), em janeiro de 2003, que anunciamos que o problema da Venezuela não é dos Estados Unidos, mas um problema da América do Sul", citou Lula, ao complementar que caberia ao continente sul-americano "cuidar e encontrar uma saída". "Propusemos um grupo de Amigos da Venezuela e, graças a Deus, está aí o referendo que consolidou a liderança de um dirigente,"

O presidente exaltou também a participação brasileira na negociação da crise entre a Venezuela e a Colômbia, após o seqüestro feito por colombianos de um membro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano . "Não ficamos em casa. Fomos à Colômbia e um companheiro meu à Venezuela, para que a gente discuta e estabeleça harmonia entre as pessoas porque, afinal de contas, somos países pobres e não temos direito de gastar nossa energia brigando por coisas secundárias", argumentou.

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Para o presidente, as eleições dele, de Néstor Kirchner, na Argentina, Tabaré Vazquez, no Uruguai, Nicanor Duarte, no Paraguai, e Hugo Chávez, na Venezuela, representam a evolução política que o continente sul-americano passou nos últimos anos.

Ainda ao tratar da estratégia brasileira de política internacional, Lula afirmou que todos os dirigentes sul-americanos vão se reunir, em maio, com dirigentes de países árabes com o objetivo de expandir as relações comerciais e culturais, além de científicas e tecnológicas, entre os dois continentes.

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Disse também que visitará, até o final de seu mandato, em 2006, mais seis países africanos, três este ano, três no ano que vem, além de outros dez já visitados nos dois primeiros anos de sua gestão. Lembrou a anistia concedida pelo Brasil às dívidas de Moçambique, Gabão, Bolívia e Suriname e disse que, por este caminho, o País terá condições de somar forças com outras nações.