Em uma conferência na Casa Branca, o presidente norte-americano George Bush desqualificou o estudo divulgado nesta quarta-feira (11) pela Faculdade de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, no jornal médico britânico The Lancet. A pesquisa mostra que quase 655 mil pessoas morreram em episódios de violência ocorridos no Iraque desde a invasão do país árabe em março de 2003 por forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos. O estudo foi elaborado com base em entrevistas com habitantes de todo o Iraque.
"Não creio que seja uma pesquisa digna de crédito – e o general George Casey (comandante das tropas americanas no país) e oficiais iraquianos também não", afirmou Bush. "Sei que muitas pessoas inocentes foram mortas no Iraque e isso me aflige muito, mas o estudo não é crível", disse.
O porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman, afirmou ser muito difícil contabilizar o número de civis mortos e disse crer que o Ministério de Saúde iraquiano está mais preparado para lidar com esses números. O diretor do Programa de Opinião Pública e Políticas Sociais da Harvard, Robert Blendon, afirmou que a metodologia utilizada pela Johns Hopkins "é o melhor que se pode fazer em uma zona de guerra", mas considerou que o número de mortes entre as famílias entrevistadas é muito pequeno para extrapolar uma estimativa de mais de 600 mil no país.