Brasília – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, defendeu nesta quinta-feira (1º) o fim da reeleição para os cargos de presidente da República, governadores e prefeitos. Para o ministro, esse mecanismo provocou distorções nas disputas eleitorais. ?Acho que a reeleição se mostrou, nos diversos patamares da vida nacional, algo que não é positivo?, ressaltou Marco Aurélio. Segundo ele, como os candidatos que tentam se reeleger não são obrigados a renunciar, existe uma indefinição entre as atividades ligadas ao cargo e a agenda de campanha. ?Essa confusão resulta num desequilíbrio na disputa e é péssima em termos democráticos?, completou.

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Marco Aurélio também criticou a obrigatoriedade do voto nas eleições. ?Não concebo o direito de votar como algo que deva ser imposto à população sob pena de multa para quem deixar de comparecer às urnas?, afirmou o presidente do TSE. ?Todo e qualquer direito deve ser exercido de forma espontânea.?

O ministro fez as declarações após receber a proposta de reforma política elaborada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os pontos abordados por Marco Aurélio, no entanto, não constam do documento entregue ao TSE. Para Marco Aurélio, o gesto da OAB vem em um momento oportuno, em que o Congresso Nacional se mostra disposto a discutir a reforma política. ?Torço para que haja vontade política para que os parlamentares tenham sensibilidade suficiente de ver que a sociedade reclama providências e a correção de rumos?, comentou.

O presidente do TSE afirmou que a iniciativa da OAB é importante para estimular o debate aprofundado sobre a reforma política. Ele pediu ainda urgência nas discussões. ?Essa reforma precisa estar concluída antes das eleições municipais de 2008?, destacou Marco Aurélio. Depois de conversar com o presidente da OAB, Cezar Britto, Marco Aurélio manifestou apoio a alguns pontos defendidos pela entidade, como a proibição de parlamentares trocarem de partidos e a cassação de políticos por voto popular. ?Essas medidas devem tornar os representantes mais atentos, já que eles vão ser fiscalizados com mais intensidade pela população?, avaliou.

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Marco Aurélio afirmou ainda que concorda com a redução do mandato dos senadores de oito para quatro anos, que também faz parte da proposta da OAB. ?Há alguma perplexidade quando se vê que o mandato do presidente da República é de quatro anos e o dos senadores é o dobro disso?, opinou. ?O Senado continuará uma Casa estável se os ocupantes das cadeiras fossem eleitos num intervalo menor, numa verdadeira prestação de contas aos eleitores.?