Presidente do Rural diz que banco não sabia do esquema de Valério

A presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, disse, nesta terça-feira, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que a instituição não tinha conhecimento do esquema utilizado pelo empresário Marcos Valério de Souza para transferir recursos a parlamentares.

"O banco foi usado. Não tivemos participação em esquema de corrupção", afirmou. Segundo ela, a instituição há muitos anos tem relação com as empresas de Marcos Valério, o que facilitou a assinatura do contrato de empréstimo com o PT, do qual ele foi avalista.

Kátia afirmou que existem quatro contratos de empréstimo com as empresas de Valério. Os mais expressivos somam R$ 19 milhões, cujo valor corrigido é de R$ 38,491 milhões, e outro com a empresa Grafite de R$ 10 milhões, com a correção passa a R$ 17,4 milhões. A empresária negou que o Banco Rural tenha feito qualquer pagamento no exterior ao PT, a Marcos Valério ou ao publicitário Duda Mendonça.

Ela contou ter participado de uma reunião em Belo Horizonte entre a direção do Banco Rural e o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Segundo ela, durante o jantar oferecido a Dirceu, não foi discutida a dívida do PT com o banco. Ela afirmou que o banco tratou com Dirceu sobre o processo de liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco. O Banco Rural possui 22% das ações da instituição financeira liquidada pelo Banco Central.

Segundo Kátia Rabelo, a conversa com Dirceu não chegou "a ponto de discutir a solução para o problema". Ela acrescentou que o Banco Rural desejava um acordo para que o Banco Central repassasse os papéis da instituição ao acionista controlador, Armando Monteiro.

Kátia Rabelo afirmou ainda que o Banco Rural tem relações comerciais com o Trade Link Bank, instituição financeira investigada pela CPMI do Banestado por suspeita de lavagem de dinheiro.

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