Um importante deputado próximo do movimento islâmico recentemente expulso de Mogadiscio perdeu hoje o cargo de presidente do Parlamento, uma medida que pode prejudicar os esforços de reconciliação no país. O vice-presidente do Parlamento, Osman Ilmi Boqore, anunciou que 183 deputados – 44 a mais que o necessário – do Parlamento, que tem 275 membros, votaram para tirar Sharif Hassan Sheik Aden da posição de presidente.

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Os deputados citaram suas críticas públicas à proposta de uma missão de paz africana, que o Parlamento havia endossado, e suas reuniões com líderes do movimento islâmico sem a permissão do Parlamento. Na votação, transmitida ao vivo pela rádio HornAfrik Boqore disse que apenas nove dos deputados presentes votaram contra a moção. As ações de Aden "violaram totalmente a nossa carta de transição", afirmou o deputado Mohamoud Begos por telefone desde Baidoa. Não estava claro se Aden estava na Somália.

Ele empreendeu várias iniciativas independentes de paz com o movimento islâmico da Somália antes de as forças do governo – com a importante ajuda dos soldados etíopes – o expulsarem da capital, Mogadiscio, em dezembro, e de grande parte do sul da Somália. Hoje, na Bélgica, o porta-voz da União Européia (UE), Amadeu Altafaj Tadio, expressou seu desapontamento em relação à medida do Parlamento contra Aden, que manteve reuniões com funcionários da UE no começo desta semana.

"Nós o víamos como alguém que podia fazer a ligação com os elementos moderados", disse Altafaj. "Nós o tínhamos encorajado a voltar para Mogadiscio para fazer o seu trabalho e reunir o maior número possível de atores políticos.

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O embaixador americano no Quênia, Michael E. Ranneberger, disse hoje em Nairóbi, antes da votação, que Aden era "o tipo de pessoa que podia colocar as pessoas juntas". Os Estados Unidos encorajam o diálogo na Somália, inclusive o diálogo com um importante líder islâmico, o xeque Sharif Sheik Ahmed, que é visto como moderado, afirmou Ranneberger.