Presidente do Internacional nega perdão a Márcio Rezende

A revolta dos colorados contra Márcio Rezende de Freitas estendeu-se pela segunda-feira em Porto Alegre. Nas ruas, torcedores vestindo a camisa do Internacional consideravam-se "roubados" pelo juiz que não deu um pênalti do goleiro Fábio Costa, do Corinthians, em Tinga e ainda expulsou o jogador gaúcho num lance que poderia ter mudado a história do campeonato brasileiro deste ano, durante o empate por 1 a 1 entre os dois times, no domingo, no Pacaembu. O presidente do clube, Fernando Carvalho, recebeu o pedido de desculpas do árbitro ao vivo, por telefone, num programa da RBS TV, mas não perdoou.

O dirigente falava dos prejuízos que o clube sofreu na partida enumerando o pênalti, a expulsão de Tinga, a suspensão do jogador na próxima partida, e a não expulsão do goleiro Fábio Costa quando a produção colocou o juiz na linha. Márcio Rezende de Freitas discordou de torcedores e apresentadores que disseram que o Internacional foi roubado. "Eu não sou ladrão", reiterou. Mas assumiu o erro e admitiu que dormiu mal depois de ver o lance na televisão. "Às vezes as imagens nos salvam e as vezes nos culpam e contra fatos não há argumentos: eu errei e peço desculpas", reconheceu.

A resposta de Carvalho foi dura. "Desculpa não vai colocar o taça no armário, não vai colocar a faixa no peito e nem o bicho no bolso do jogador", disse o presidente do Internacional. "Lamento, Márcio, a tua atuação prejudicou sensivelmente o Internacional, e não é hora de pedir desculpa. Eu sei que tu vais encerrar tua carreira, mas essa marca vai ficar indelével na tua vida. Nós, colorados, nunca mais vamos esquecer".

Mesmo que admitam que é uma missão quase impossível, o presidente e o as advogados do clube informaram que estão tentando encontrar alguma maneira de buscar reparação na Justiça Desportiva. Eles sabem no entanto, que não há jurisprudência que aceite mudança de resultado de campo decorrente de erros de arbitragem e que pedir absolvição de Tinga é uma medida inócua. O jogador não participaria da próxima partida mesmo que não tivesse sido expulso, porque já havia levado o terceiro cartão amarelo num lance anterior ao do pênalti não marcado.

No centro de Porto Alegre, muitos torcedores exibiam com orgulho suas camisas vermelhas e consideravam-se os "campeões morais" deste ano. "O Zveiter deu quatro pontos a eles e esse juiz deu mais um enquanto nos tirava dois", raciocinava o office-boy Jeovanny Moraes. "A liderança deveria ser nossa com quatro pontos de vantagem". O contador Luiz Caldeira recorreu à ironia. "Estamos todos de mãos para cima porque estamos sendo assaltados".

As declarações de segunda-feira somaram-se à manifestação do domingo à noite, quando centenas de torcedores foram recepcionar o time no aeroporto Salgado Filho, exibindo faixas com frases como "mais uma vez fomos roubados" e "vocês são os verdadeiros campeões".

Mesmo decepcionados com as circunstâncias que reduziram as chances de o time ser campeão, os colorados ainda apostam num tropeço corintiano e prometem lotar o Beira-Rio para o jogo contra o Palmeiras, no próximo domingo. De folga, alguns jogadores e o técnico Muricy Ramalho ficaram em São Paulo. Entre os que voltaram a Porto Alegre, o volante Gavilán lembrou que nas duas rodadas que faltam ainda dá para o Internacional ultrapassar o Corinthians. "Vamos fazer a nossa parte, posso garantir", afirmou, confiante.

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