Presidente do Conselho de Secretários de Saúde diz que SUS precisa vencer desafios

O Sistema Único de Saúde (SUS) conseguiu muitos avanços desde sua implantação em 1988, mas há desafios a serem vencidos no que se refere ao financiamento, ao gerenciamento e às inovações tecnológicas. A afirmação é do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário estadual de Saúde de Minas Gerais, Marcus Pestana.

Para discutir a situação atual e o futuro do SUS, o Conass promove, nos dias 13 e 14 deste mês, o Fórum Saúde e Democracia, no Rio de Janeiro. Estão previstas as participações do ministro da Saúde, Saraiva Felipe, do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, e de ex-ministros da área, como Humberto Costa, Adib Jatene e José Serra.

Segundo Pestana, o maior problema é mesmo a falta de verbas. Segundo ele, os R$ 400 destinados anualmente pelo poder público à saúde de cada brasileiro são insuficientes. "A cada ano, é um parto doloroso o orçamento da saúde. Há uma visão das equipes econômicas de que sobra dinheiro na saúde. E isso acaba resvalando em um subfinanciamento crescente. Para se ter noção, o orçamento original deste ano, na área hospitalar, era menor do que o dinheiro que já estava contratado em dezembro de 2005", afirmou Pestana.

O presidente do Conass ressaltou no entanto, que nem sempre o problema do SUS é falta de dinheiro, mas a baixa eficiência com que os recursos são aplicados. "O sistema está avançando muito nas estruturas hospitalares, as instituições filantrópicas estão se profissionalizando e os modelos de gestão do setor público estão melhorando. Mas ainda há problemas de desperdícios e desvios. Avançar do ponto de vista gerencial é um desafio permanente", disse.

O terceiro gargalo do SUS, segundo o secretário Pestana, é o desafio de progredir juntamente com os avanços tecnológicos que são apresentados à medicina, a cada ano. De acordo com o presidente do Conass, diferentemente de outros setores como a educação, a saúde não consegue economizar com a tecnologia. Pelo contrário, quanto mais avanços, maiores os custos com equipamentos, medicamentos e procedimentos médicos.

Para Pestana, o SUS pode vislumbrar três futuros distintos, que podem variar de acordo com a intenção dos atores políticos. O primeiro deles é continuar no rumo atual, mas buscando sempre uma melhoria no financiamento e na gestão. O segundo cenário é acabar com a universalidade do SUS, voltando-o apenas para a camada mais pobre da população. Já o terceiro seria continuar o sistema exatamente do jeito que está hoje, com verbas cada vez mais reduzidas. "Na minha opinião, o primeiro cenário é o mais corajoso", afirmou.

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