O presidente do Banco Mundial (Bird), Paul Wolfowitz, caminha a passos largos para perder o emprego. O comitê da instituição encarregado de decidir seu destino considerou-o culpado de favorecer a namorada, Shaha Riza, rompendo regras do banco com "conflito de interesses". Segundo o jornal The New York Times, ele já foi notificado da decisão. Para completar, o assessor mais próximo de Wolfowitz, Kevin Kellems, pediu demissão na segunda.
O imbróglio que pode custar o emprego de Wolfowitz envolve o salário de Shaha. Ela era funcionária do Banco Mundial e foi transferida para o Departamento de Estado americano em setembro de 2005, pouco depois de Wolfowitz assumir a presidência do Bird. Nessa transição, ganhou um aumento salarial de US$ 61 mil (mais de 40%), a pedido de Wolfowitz. O salário dela foi para US$ 193.590 líquidos por ano e Shaha passou a ganhar mais do que a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que recebe US$ 183.500 brutos por ano.
Um comitê do banco investigava a questão desde que o escândalo eclodiu, em plena reunião da primavera do banco, em abril. O comitê, formado por sete diretores do banco, deve anunciar oficialmente sua decisão nesta semana, provavelmente nesta terça. O comitê ainda não determinou que tipo de "punição" ele deve receber.
Wolfowitz pode ser convidado a se retirar, levar uma advertência constrangedora que o leve a pedir demissão, ou ser apenas repreendido. Tecnicamente, o conselho do banco, que reúne representantes dos diversos países sócios, pode exigir a saída de Wolfowitz. Segundo informações extra-oficiais, só Estados Unidos, Japão e Canadá, que representam 30% dos votos, apóiam a permanência dele no cargo.