O presidente do Banco do Brasil, Rossano Maranhão Pinto, evitou hoje entrar em atrito com o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), segundo quem a estatal, através da Visanet, foi uma das fontes de recursos do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério para fornecer dinheiro ao PT. Rossano Maranhão afirmou que a CPI está fazendo o seu trabalho de investigação e que o BB também está fazendo a apuração das contas da Visanet, a empresa de cartão de créditos que tinha contratos de publicidade com a DNA.

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Na primeira declaração que deu sobre o assunto que ocupa o noticiário desde a semana passada, Rossano Maranhão afirmou que não estava apontando quem está ou não com a verdade. Mas ponderou que "ninguém sabe se os trabalhos (da CPI e da auditoria do banco) não vão convergir por ângulos diferentes".

O presidente do BB foi homenageado hoje pelo governador do Piauí, Wellington Dias, em cerimônia em Brasília. Ele defendeu que é preciso ter serenidade e "apurar com tranqüilidade" as denúncias. "O Banco do Brasil notificou a DNA (empresa de Marcos Valério) com relação a valores pendentes de conciliação e está seguindo rigorosamente o rito legal", assegurou.

Na semana passada o relator da CPI convocou entrevistas coletiva para denunciar uma diferença de R$ 9,1 milhões, que ele arredondou para R$ 10 milhões, entre a prestação de serviços feita pela empresa DNA ao Banco do Brasil por conta de ações de marketing e publicidade contratadas com a empresa de cartão de crédito Visanet. De acordo com Serraglio o BB pagou por serviços que não foram prestados e esse dinheiro, depositado na conta da DNA no BMG serviu para abastecer o PT.

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As conclusões do relator da CPI obrigaram o BB a se posicionar sobre a questão. Numa primeira nota distribuída no mesmo dia da entrevista, o BB admitiu a diferença, informou sobre a auditoria interna e ainda esclareceu que a regra de pagar antes e receber a prestação de contas dos serviços depois já tinha sido suspensa no ano passado. Numa segunda nota o BB classificou de prematura a avaliação do relator e disse que não passavam de "ilações" a vinculação que o deputado estava fazendo entre o dinheiro depositado na conta da DNA e o repasse de recursos para o PT, mediante empréstimo contratado por Marcos Valério junto ao BMG.