A conquista do grau de investimento pelo Brasil ?é uma questão de tempo e de continuação de políticas bem-sucedidas?. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, em entrevista em Nova York. Segundo Meirelles, a relação dívida/PIB está em queda, o País tem forte balanço de pagamentos e inflação sob controle. ?Tudo faz com que os indicadores melhorem cada vez mais. É uma questão de tempo até que as agências de rating cheguem a suas conclusões.
?O Brasil cresce acima de 4% ao ano. O que era uma dúvida hoje está claro com os números revisados?, afirmou. ?Grau de investimento chegará, mas compete ao ritmo de cada agência.? Nenhum país está imune a choques, comentou Meirelles ao ponderar que, agora, os mercados estão de volta ao chamado ?mundo normal?. Para ele, o mercado doméstico de renda fixa tende ao crescimento. Com estabilidade no front da inflação, diz Meirelles, ?é natural que este mercado se torne mais determinante, refletindo demanda e oferta?.
Em relação ao câmbio, Meirelles garantiu que o Banco Central continuará trabalhando para evitar distorções e acumulando reservas. A uma platéia de investidores, Meirelles observou que, entre os países que acumulam reservas, o Brasil tem o menor nível na proporção do PIB. Dados do BC indicam que as reservas internacionais totalizavam US$ 118,5 bilhões em 23 de abril. O presidente do BC mostrou que, em 2006, o volume de reservas em porcentagem do PIB era de 10% para o Brasil, 15% para o Chile, 28% para Rússia, 26% para Coréia e 43% para a China. Quanto ao câmbio, Meirelles mostrou um gráfico de volatilidade indicando que o real está relativamente em linha com o iene e o euro quando comparados ao dólar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo