O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comentar o debate sobre a legalização do aborto na primeira entrevista coletiva oficial do segundo mandato. Lula se colocou contra o aborto como cidadão, mas defendeu que o Estado tenha uma política pública "adequada" para a população que tenha uma gravidez indesejada.
"Acho que essa legislação [que define os casos que o aborto é permitido] não trata da veracidade dos acontecimentos do país. Todos vocês sabem, todo cidadão católico ou não sabe que existe no Brasil uma quantidade exagerada de jovens e pessoas que praticam aborto porque tiveram uma gravidez indesejada. Não apenas porque foram violentadas. Porque às vezes ficaram grávidas e não querem ter um filho", disse.
A partir desse cenário, Lula afirmou que o poder público precisa escolher um caminho. Ou "abandonar" essas pessoas para tentarem fazer "experiências" com o seu "pouco conhecimento" ou intervir para ajudar as pessoas a terem um tratamento adequado. "Defendo que o Estado tenha um tratamento adequado", disse.
Lula voltou a dizer que o governo não irá enviar projeto sobre o assunto ao Congresso Nacional, mas . "Se o Congresso Nacional quiser fazer debate, a sociedade civi, quiser organizar um debate, todo e qualquer debate será bem-vindo. Aliás poderia ser feito pela televisão", reiterou em referência ao discurso feito por ele no encerramento do Fórum Nacional de TVs Públicas na sexta-feira.