O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o programa semanal de rádio "Café com o Presidente" para defender o reajuste anunciado do salário mínimo, que subirá em abril de 300 para 350 reais. Lula ressaltou que o novo valor, descontando-se a inflação, embutirá um aumento real de 13%. Ele disse ainda que a medida injetará mais R$ 15 bilhões na economia.
"Obviamente, o salário mínimo nunca será o ideal porque ele é o mínimo", disse, ao avaliar que a elevação aumentará, significativamente, o poder de comprar do trabalhador. Depois de classificar como "histórica" a participação de sindicalistas nas negociações, Lula elogiou o Congresso, "que está trabalhando de forma bastante aguerrida para aprovar coisas importantes para o povo brasileiro".
"As coisas estão andando. Estão andando bem", afirmou. "O povo brasileiro soube, nos momentos certos, fazer pressão, soube exigir, soube reivindicar, e o nosso papel no governo é atender." O presidente lembrou ainda que os indicadores oficiais confirmam o crescimento do número de empregos no País e a melhoria da renda da população.
Lula fez previsões otimistas para 2006: "Será um ano de crescimento econômico, de aumento de produtividade, de crescimento das exportações, de crescimento da renda do trabalhador." O presidente admitiu que o terceiro trimestre de 2005 foi fraco, com recuo da atividade econômica, mas afirmou que, a partir de outubro, foi possível perceber sinais de retomada.
"É para isso que nós trabalhamos e é nisso que nós apostamos: num novo ciclo de crescimento econômico para o Brasil de forma sustentável, em que não cresça apenas a riqueza da empresa, em que não cresça apenas o índice de produtividade", disse. "Que cresça a riqueza da empresa, que cresça o índice de produtividade, mas que cresça também o salário do trabalhador e que cresça também a qualidade de vida do povo brasileiro.