O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Synésio Batista da Costa, defendeu hoje (21) o fim do salário mínimo para o pagamento dos empregados em atividade. Segundo ele, os salários devem ser negociados pelo sindicato de cada categoria, sem a interferência do governo na decisão.
"Isso é um entulho autoritário em nome de que, todo ano, a sociedade inteira se debate se é um real a mais ou se é um real a menos", afirmou Costa. "É uma discussão inútil. Nós temos no Brasil mais de 20 mil sindicatos patronais e de trabalhadores, que saberão perfeitamente discutir qual o salário e sua categoria. O que acontece é que o governo, teoricamente, não confia em seu próprio sistema sindical."
Costa também criticou o valor de R$ 350 apresentado pelo governo federal para o próximo reajuste do salário mínimo. "É uma vergonha, porque ninguém consegue viver, decentemente, nas grandes capitais, com esse valor. Pode até ser que no interior do Nordeste alguém consiga sobreviver", afirmou.
Segundo o presidente do Cofecon, o salário mínimo também colabora para o inchaço da folha de pagamento de prefeituras e estados, já que, com um salário reduzido, eles contratam pessoal além de sua necessidade. Para Costa, o salário mínimo só deve ser mantido como referência para o pagamento das aposentadorias da Previdência Social.
