Brasília ? "O nepotismo é uma prática nefasta que deve ser extirpada de todos os poderes da República e não só do Judiciário", disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, ao comentar a demissão de 2.673 parentes de ministros, desembargadores e juízes em todo o país.
De acordo com dados do Conselho Federal da OAB, o estado que mais demitiu foi Minas Gerais, com o afastamento de 494 servidores que ocupavam cargos de confiança, sem concurso, nas diferentes instâncias da Justiça. Em seguida, vêm os estados de Mato Grosso (212) e Alagoas (202).
A OAB admite, no entanto, que mais "parentes" de autoridades do Judiciário poderão ser demitidos nos próximos dias, uma vez que nem todos os tribunais concluíram seus levantamentos. Além disso, restam 18 reclamações e pedidos de esclarecimento a serem votados pelo Conselho Nacional de Justiça no próximo dia 7, que podem gerar mais exonerações.
Dados da OAB mostram, por ordem alfabética, o número de demissões em cada estado: Alagoas (202), Amazonas (72), Bahia (128), Ceará (114), Distrito Federal (12), Goiás (166), Espírito Santo (86), Maranhão (171), Mato Grosso (212), Mato Grosso do Sul (39), Minas Gerais (494), Pará (100), Paraíba (105), Paraná (110), Pernambuco (111), Piauí (196), Rop de Janeiro (84), Rio Grande do Norte (115), Rio Grande do Sul (30), Rondônia (26), Sergipe (64) e Tocantins (36).
As legislações de São Paulo, Santa Catarina e Roraima vedam a prática de nepotismo até terceiro grau de parentesco. Apesar disso, a OAB está checando as listagens para confirmar se realmente essas determinações legais não foram desrespeitadas.