O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, disse hoje que o anúncio feito pelo presidente Lula de que vai encaminhar ao Congresso Nacional, ainda neste ano, um projeto de reestruturação do quadro de pessoal e de um plano de carreira para os servidores da instituição, caiu como um incentivo para que estes se empenhem cada vez mais por uma produção pública de qualidade.
Em discurso feito hoje (22) na inauguração do Complexo Tecnológico de Medicamentos, do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), em Jacarepaguá, Lula informou que o projeto prevê a criação de mais três mil cargos na Fiocruz, a serem preenchidos por concurso público. Segundo Paulo Buss, esses cargos não serão preenchidos de uma só vez. "Tão logo a lei seja aprovada no Congresso Nacional, faremos um concurso para os primeiros mil cargos", explicou.
De acordo com ele, com isso, a Fiocruz poderá sair de um conjunto muito grande de pessoas terceirizadas. "Apesar de todo respeito à terceirização, nós queremos que funcionários de qualidade ocupem seus lugares. São pesquisadores, tecnólogos, médicos, enfermeiros, ou seja, a Fiocruz não é só um complexo para fabricação de vacinas. A gente tem hospitais, institutos de pesquisa, de ensino, e as vagas serão para todos estes cargos", afirmou.
A Associação dos Servidores da Fiocruz aproveitou a oportunidade para entregar ao presidente Lula e ao ministro da Saúde, Saraiva Felipe, cartas agradecendo o empenho do presidente para a liberação dos precatórios relativos ao Plano Bresser e pela elevação do valor da gratificação da carreira de ciência e tecnologia. Lula assumiu tais compromissos no ano passado, ao visitar a Fiocruz.
Os servidores reiteraram a reivindicação, também feita no ano passado, para equalização dos salários de todos os trabalhadores da Fiocruz. A medida consta do projeto anunciado em discurso pelo presidente Lula. Assim mesmo, segundo o presidente da Associação dos Servidores da Fiocruz, Rogério Lannes Rocha, os servidores vão continuar com a luta para ver as reivindicações atendidas. "As paralisações de 24 horas em unidades de pesquisa e de produção de medicamentos vão continuar, e somente a assembléia da categoria, na semana que vem, vai decidir os rumos do movimento", disse ele.