Presidente da Conab diz que não faltará álcool para abastecimento interno

Brasília ? A produção de quase 17 bilhões de litros de álcool é mais que suficiente para garantir o abastecimento interno, e ainda sobra um pouco para exportação. A afirmação foi feita hoje (4) pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira, durante o anúncio da safra 2005/2006 de cana-de-açúcar, que chegou a 436,8 milhões de toneladas.

O aumento é de 5,1% na comparação com a safra anterior, que garantia evoluções de 11,8% na produção de álcool (16,977 bilhões de litros) e 0,3% na fabricação de açúcar (26,714 milhões de toneladas).

Os números da produção de álcool anidro, hidratado e neutro são grandes e, segundo Ferreira, "garantem que não faltará estoque para abastecimento da frota nacional", apesar dos aumentos de preços do produto para o consumidor.

Para ele, tais reajustes são simples "adequação de preços", em virtude da correção de custos de produção, que estavam represados para os produtores, principalmente nos estados de São Paulo e de Minas Gerais. Os preços foram alinhados e devem se estabilizar no patamar atual, afirmou Ferreira.

Na opinião do diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, esse patamar de preços é apenas "um pouco alto", mas não "exagerado" como apregoam os donos de postos e consumidores, que já registraram aumentos de até 30% nos preços, dependendo da região.

Ângelo Bressan assegura que o estoque existente nas usinas é suficiente para o país atravessar todo o período de entressafra, até abril, "sem atropelos". Ele acrescentou, porém, que o governo está atento ao comportamento de preços do setor, e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está organizando encontro da cadeia produtiva do álcool, na semana que vem, para debater especificamente essa questão.

Questionado se não seria o caso de o governo promover a redução do nível de mistura do álcool anidro na gasolina, hoje de 25%, como forma de baratear o preço, Bressan disse que não compensa, porque haveria necessidade de elevação direta no preço da gasolina. "Vamos analisar algumas alternativas", informou Bressan, sem adiantar quais.

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