O presidente da Comissão de Ética do PT, Danilo de Camargo, anunciou hoje a renúncia ao cargo, que o tornava responsável por conduzir o processo de investigação interna sobre a atuação do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do partido Delúbio Soares.
Camargo afirmou que, apesar de a executiva nacional da legenda ter aprovado ontem a permanência dele na função, a pequena margem favorável gerou um desconforto pessoal.
Camargo foi considerado em suspeição após ter sido flagrado em seu apartamento reunido com o líder licenciado do PT na Assembléia Legislativa do Ceará, José Nobre Guimarães, e o ex-diretor do Banco do Nordeste (BNB) Kenedy Moura Ramos para discutir a prisão do ex-assessor parlamentar José Adalberto Vieira da Silva, detido dias antes com US$ 100 mil na cueca e R$ 200 mil numa mala.
Ontem, a aprovação ocorreu por 6 votos a favor, 5 contrários e 4 abstenções. "Eu sinto-me desconfortável com a pequena margem de votação", afirmou ele, que ontem, após a reunião da executiva, havia confirmado a continuidade no cargo.
Camargo afirmou que a mudança de idéia aconteceu após ter "conversado com o travesseiro" e chegado à conclusão de que esta seria a melhor decisão a tomar, diante da atual crise enfrentada pela sigla.
O presidente da Comissão de Ética do PT disse que, em tese, não há necessidade de um adiamento do depoimento de Delúbio, marcado para domingo, apesar de insistir que esta é uma decisão que caberá ao novo coordenador.
Camargo esclareceu que ainda não há uma resolução sobre quem assumirá a incumbência, pois os dois suplentes estariam impedidos de assumir por questões pessoais.
"Eu espero que não exista (esta possibilidade), até porque a oitiva dele (Delúbio) é possível de ser feita, inclusive, com os quatro que ficaram", disse, em referência aos demais integrantes da comissão.
