Presidente da Câmara diz que não reconhece novo líder do PMDB

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), anunciou hoje à noite que não reconhece o deputado Waldemir Moka (MS) como líder da bancada do PMDB. Pela manhã, a ala do PMDB que faz oposição ao governo comemorou a liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence, considerando nula a lista de apoio apresentada à Mesa Diretora pela ala governista para reconduzir o deputado Wilson Santiago (PB) ao comando da bancada.

A ala governista considerou a decisão do presidente como uma interferência política em favor do Palácio do Planalto que rejeita a escolha de um líder peemedebista que lhe faz oposição. Com isto, o partido está sem líder até que providencie nova escolha. Inconformado, o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) recorreu da decisão de Rebelo à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. "O sistema de listas para escolha do líder é um sistema que nós estamos questionando, mas V. Exa. me perdoe. Se existe algo impugnado é o documento que elegia Wilson Santiago. Existe validade na lista anterior, que instituiu Moka na liderança", disse Ribeiro. "Isto é o excesso de interferência nas decisões da Casa e não é bem do Supremo", protestou, insinuando que a decisão de Rebelo atendia aos interesses do governo.

Moka, que havia proposto a eleição por voto secreto, para acabar com interferências externas na escolha do líder do PMDB, tomou a palavra para dizer que acatava a decisão. "Se pretendo exercer a liderança, tenho que começar respeitando a presidência da Casa. Mas a lista que me fez líder, tinha 51 assinaturas e não foi anulada pelo Supremo", ponderou.

A disputa entre representantes das duas alas do PMDB, que chegaram a trocar socos, ficou mais acirrada desde a semana passada por conta da disputa interna de poder. Caberá ao novo líder escolher os presidentes das três comissões técnicas a que o partido tem o direito de comandar, de acordo a distribuição entre os partidos pelo critério do tamanho das bancadas.

"Pelo visto, só vamos ter a escolha dos presidentes das comissões depois que o líder do PMDB for um governista", protestou o deputado Ricardo Barros (PP-PR), inconformado com o de todos os partidos ficarem obrigados a aguardar que o PMDB governista indique um líder para que possam fazer a partilha do comando das comissões técnicas permanentes.

"Lamento, deputado Ricardo Barros, mas a eleição das comissões não pode estar subordinada às caravanas que Vexa organiza para prestigiar a posse", reagiu Rebelo com rispidez, ao lembrar que a presidência decidira adiar a eleição das comissões na semana passada justamente para não beneficiar Santiago. A princípio minha decisão é manter eleição para quinta-feira (31).

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