O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), divulgou, nesta segunda-feira, a terceira nota oficial sobre a suposta cobrança de propina do concessionário de um restarante da Câmara, o empresário Sebastião Augusto Buani. No texto, Severino volta a negar que tenha recebido dinheiro de Buani em troca de uma renovação do contrato para funcionamento do restaurante.
O presidente da Câmara afirma que em 24 de janeiro de 2003, quando exercia o cargo de primeiro-secretário da Câmara, determinou a abertura de licitação para escolha de novo concessionário dos locais destinados a restaurante e lanchonetes da Câmara.
"Essa nova licitação foi feita com toda correção e lisura já pelo primeiro secretário que me sucedeu, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)", argumenta Severino Cavalvanti, que classifica de má-fé as acusações de recebimento de propina em 2003, ano em que não exercia mais o cargo de primeiro-secretário e não poderia interferir no processo de contratação.
"Uma das mais torpes acusações, sem provas, diz que minhas secretárias recebiam mensalmente envelope lacrado contendo numerário a mim destinados. Elas jamais encontraram dinheiro em envelopes a mim encaminhados."
Na nota oficial divulgada nesta segunda-feira, o presidente da Câmara faz ainda um balanço da sua gestão na primeira-secretaria, entre 2001 e 2002. De acordo com ele, nesse período, a supervisão dos serviços administrativos gerou uma economia de R$ 100 milhões, devolvida aos cofres da União.
Na presidência da Casa há sete meses, Severino diz ter feito uma redução de gastos de R$ 120 milhões, "cortando o supérfulo sem comprometer os serviços essenciais", e uma diminuição de 50% nos gastos em viagens internacionais.
"Posso tropeçar nas palavras, mas jamais irão encontrar nada que desonre o meu madato ou atos corruptos que manchem a minha biografia de quase 40 anos de vida pública. A mesma austeridade que marca a minha vida em família e de homem público levei como uma obsessão a seguir em todos os cargos que ocupei", afirma a carta.
"Mesmo com toda a crise política, a Câmara dos Deputados cumpre o seu dever para com a Nação, votando matérias importantes, apesar do excesso de medidas provisórias que atravancam a pauta do plenário. A Câmara trabalhou como nunca neste primeiro semestre. Foram 713 horas de sessão no primeiro semestre de 2005, contra 580 no mesmo período em 2004."