O presidente boliviano Evo Morales promete anunciar nesta terça-feira (1.º), num grande ato para comemorar simultaneamente o Dia do Trabalho e o primeiro aniversário do anúncio da nacionalização do setor de gás e petróleo, um pacote de medidas econômicas e sociais abrangendo quatro áreas: hidrocarbonetos, mineração, geração de emprego e microcrédito. O Estado apurou que o governo brasileiro obteve garantia das autoridades bolivianas de que o pacote não inclui nenhuma medida contra a Petrobras.

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Evo deve divulgar oficialmente a criação do chamado Banco de Desenvolvimento Produtivo, que concederá crédito a juros baixos, e possivelmente a concessão de algumas minas de exploração de estanho para a estatal Comibol. Além disso, ele fará um balanço das negociações com as quais o governo boliviano pretende obter a maioria acionária das duas refinarias da Petrobras (a Gualberto de Villaroel, em Cochabamba, e Guillermo Elder Bell, em Santa Cruz de La Sierra) e das empresas Chaco, Andina e Transredes.

?O evento será o palco para um dilúvio de discursos triunfalistas sobre os resultados obtidos nesse ano de nacionalizações?, disse Carlos Miranda Pacheco, ex-ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia. ?Evo tem consciência de que os avanços e retrocessos nos processos de estatização são os principais fatores por trás do vaivém de seus índices de popularidade.? No ano passado, pouco depois de Morales ter liderado uma ocupação do Exército nas instalações da Petrobras em San Alberto para anunciar que os campos de gás e petróleo do país voltariam a ser propriedade do Estado boliviano, seus índices de aprovação atingiram 81%. Nada mal para quem foi eleito com 54% dos votos.

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