O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a falar sobre a violência em São Paulo hoje, durante evento de inauguração da nova sede do Sindicato dos Comerciários, no centro da cidade. Ao comentar os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) na semana passada, atribuiu a situação atual a "duas décadas perdidas, de 1980 a 2000"

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"A situação em São Paulo não é resultado apenas da falta de polícia, mas do que foi plantado no País na década de 80", disse. "Não se investiu corretamente na formação dos jovens, e o resultado do plantio mal feito e mal cuidado é o adolescente cair na marginalidade", acrescentou, para, em seguida, citar as realizações do governo federal na área da educação e da economia

Lula comentou que, com o Pró-Uni, programa de inclusão de jovens de periferia no ensino superior, foram criadas 64 mil vagas em universidades. Disse ainda que seu governo revogou uma lei da época de Fernando Henrique Cardoso, que proibia a criação de escolas técnicas pela esfera federal. "Com isso, vamos criar 32 novas unidades", afirmou

"Deslocar bandido de prisão custa mais do que deslocar presidente da República", disse. "Precisamos assumir a responsabilidade pelos passos que vamos dar e, por isso, estamos investindo nos adolescentes.

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Ainda sobre o assunto, o presidente afirmou que "cada tijolo em uma escola é um tijolo a menos em cadeia", e ainda elogiou a atitude do governador do Estado, Cláudio Lembo (PFL), na condução da crise. "Ele não podia fazer mais do que fez e o governo federal também não podia interferir sem que o Estado pedisse.

Nas realizações econômicas, o presidente citou os pagamentos das dívidas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), ao Clube de Paris e de débitos referentes ao governo José Sarney. Comentou ainda que o Brasil tem US$ 61 bilhões em reservas. "Somos donos do nosso nariz, não precisamos pedir favor a ninguém.

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O evento de inauguração da nova sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo contou ainda com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e do ministro da Previdência Social, Nelson Machado.