Parlamentares eleitos pela população paranaense, indicados pela liderança de seus partidos para compor a CPMI dos Correios, estão se havendo duma forma que não causa a menor surpresa, tendo em vista não só a experiência acumulada na vivência política, mas a costumeira firmeza nas posições perfilhadas.
É o caso do senador Alvaro Dias (PSDB) e dos deputados Osmar Serraglio (PMDB) e Gustavo Fruet (PSDB), figuras que pontificam pelo raciocínio sereno mas objetivo com que pautam a atuação nos interrogatórios e contatos diários com a imprensa.
A grata revelação é protagonizada pelo deputado Osmar Serraglio, relator da comissão, a quem de antemão se tentou ferretear como serviçal do Planalto, por suposta ligação com José Dirceu e por ser dum partido cuja gana de submeter-se ao poder acabou modificando o seu metabolismo.
Desde o início dos trabalhos, Serraglio tem-se conduzido com uma independência em que não transparece o menor desconforto com a tarefa posta sob seus ombros, ou seja, a elaboração de um relatório que dê nomes aos bois (não àqueles comprados por Marcos Valério) e, na seqüência, sirva ao Ministério Público de base para a investigação criminal.
O senador Alvaro Dias, escolhido pelos repórteres que cobrem o Congresso como porta-voz oficioso da CPMI, movido pela experiência de comissões anteriores, é hábil formulador de linhas estratégicas que acabam direcionando a oposição, ele próprio, afinal, um dos críticos mais veementes do governo Lula.
E o deputado Gustavo Fruet, extraordinária vocação para a vida pública já demonstrada desde sua primeira eleição para a Câmara Municipal de Curitiba, é tido pela mídia como um dos mais destacados integrantes da CPMI.
Na outra ponta da meada o Paraná também está representado, posto que sem o menor louvor. Os nomes dos deputados José Janene, Dilceu Sperafico e Nelson Meurer, todos do PP, e Iris Simões (PTB) aparecem na lista dos recebedores do mensalão, divulgada domingo passado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Este último contestou a acusação com veemência.
A profusão de indícios, mentiras e contradições levou a deputada Denise Frossard (PPS-RJ), calejada juíza federal e integrante da CPMI, a admitir que o quadro é muito mais tenebroso. Deus nos acuda.