?Nosso objetivo era roubar o carro. A gente saía toda noite para roubar carros e assaltar casais naquela região. Foi preciso atirar porque, do contrário, ele atiraria primeiro.? Essa foi a confissão de Antonio Marcos Alencar, de 23 anos, que disse ter matado o policial Diógenes Barbosa de Paiva e baleado Adoniran Francisco dos Santos Júnior. Eles faziam a escolta de Thomaz, de 19 anos, filho do governador Geraldo Alckmin.
Alencar foi preso no começo da tarde de hoje, em Embu das Artes, Grande São Paulo. A localização foi possível depois da prisão de Ricardo Souza Ibiapina, de 26 anos, que o acompanhava na noite de ontem(23), na Rua França Pinto, Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Outras duas pessoas também foram presas: o ladrão Emerson Gomes da Silva, de 30 anos, apelidado de Fiti, que acompanhava os outros dois, e Gisele Aparecida Cintra, de 18 anos, namorada de Ibiapina.
O trabalho de investigação e identificação dos assassinos foi realizado pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), após um telefonema anônimo. Com autorização da Justiça, os policiais grampearam os telefones das residências de Ibiapina e Alencar e gravaram conversa entre eles detalhando o ataque ao Vectra. Eles também falaram sobre um plano de fuga para o interior de São Paulo e para o Paraná.
?Foi um trabalho de investigação e persistência. Conseguimos esclarecer em pouco tempo o caso, que, a princípio, parecia muito complicado?, disse o diretor do Denarc, delegado Ivaney Cayres de Souza.
PCC
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, ao apresentar os assassinos, disse que houve uma tentativa de assalto. ?Foi um trabalho importante rápido e detalhado, que afasta qualquer especulação de ligação com o PCC.?
Às 14 horas de hoje, o primeiro envolvido foi preso. Ibiapina estava no dentista. Interrogado, levou os policiais até a casa de Alencar, que confessou ser o autor do crime. Os dois apontaram Gisele como a pessoa que guardou o Celta e também a pistola calibre 380.
O carro foi encontrado na garagem do prédio de Gisele, no Campo Limpo. A arma foi apreendida e periciada no Instituto de Criminalística. A balística comprovou a relação entre aquela arma e os projéteis achados no local do crime. Ibiapina e Alencar denunciaram o terceiro participante. Fiti foi preso em sua casa, também no Campo Limpo. ?Com a confissão dos três envolvidos, a arma periciada, e o carro apreendido, o caso está encerrado?, disse o diretor do Denarc. Eles foram autuados em flagrante por latrocínio, tentativa de latrocínio, formação de quadrilha ou bando e receptação.