Prerrogativa de poder

A primeira atitude de autenticação da prerrogativa de poder do presidente da República deu-se no momento em que Luiz Inácio Lula da Silva declarou com todas as letras que não haverá ?fim da era Palocci?, como havia previsto de moto próprio o ainda ministro Tarso Genro, horas antes.

Lula não apenas assumiu por inteiro a condição de chefe de Estado e de governo, como reafirmou em entrevistas ao vivo às maiores redes de televisão do país que jamais houve uma política do ex-ministro Antônio Palocci, mas todas as decisões foram tomadas pelo próprio presidente, em conjunto com os ministros diretamente envolvidos nos assuntos tratados.

Para aliviar inegáveis pressões sobre a recomposição do ministério, Lula deixou claro que Guido Mantega permanece à frente do Ministério da Fazenda, embora tenha dito que tem prazo até 1.º de janeiro para formar a equipe de auxiliares diretos, na qual disse também que haverá poucas modificações.

A maioria dos países que incluem o Brasil no bloco de nações relevantes no mundo atual, por meio dos órgãos de imprensa ou instituições dedicadas a estudos políticos ou diplomáticos, registrou com visível interesse a reeleição de Lula. A notícia esteve nas primeiras páginas dos principais jornais dos Estados Unidos e da Europa e nos noticiários das redes mundiais de televisão.

O brasilianista Peter Hakim, presidente do Interdialogue, instituto norte-americano de estudos políticos sobre o continente, por sua vez, lembrou aspecto que não pode ser tratado com indiferença, a tradição latino-americana de segundos mandatos sofríveis. Os exemplos recentes foram Fernando Henrique, Carlos Menem, Alberto Fujimori e Carlos Andrés Perez. Se não for um mau presságio, o lembrete é uma pedrinha no sapato do presidente, que apreciaria deveras não ter de se apoquentar com essa impertinência e, ademais, ser remetido a condomínio tão pouco bonançoso.

A favor do pleno êxito da segunda administração de Lula, um anseio de todos os brasileiros, sem dúvida, desponta a estabilidade da economia e a decisão de prosseguir com a política fiscal rígida, mesmo a contragosto dos defensores de ações sociais mais largas que o Bolsa Família. Este é o cenário previsível, posto que sujeito a chuvas e trovoadas.

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