Com um dia de atraso, a nova leitura da ata do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) que justificou a elevação do juro básico americano para 5% ao ano causou estragos. Agora, os analistas temem a alta da inflação nos Estados Unidos, o que justificaria a manutenção do aperto monetário. Aqui, o dólar fechou nas cotações máximas, com alta de 1,99%, para R$ 2,101,na roda da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e no balcão, enquanto o paralelo avançou 0,44%, para R$ 2,287. Na Bolsa houve realização de lucros e o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) caiu 2,17%. Os juros futuros projetaram alta e o risco país subiu 2,75%, para 224 pontos.
A agressividade do Banco Central (BC) na compra de dólares nos últimos dias justificou um forte movimento de "stop loss" no mercado futuro, em que os investidores, muitos deles estrangeiros, ajustaram posições "compradas" em câmbio. Além disso, os juros pagos pelos títulos do Tesouro americano dispararam, reagindo ao aumento do petróleo futuro e dos metais, devido à preocupação com a inflação nos EUA. Amanhã (12) o BC não fará leilão de swap cambial reverso.
Com o cenário externo desfavorável, a Bovespa realizou lucros, tendo como destaque a queda das ações da Telemar em virtude da política de proventos da empresa. Em maio, a Bolsa paulista acumula alta de 1,20% e no ano, de 22,09%. O movimento financeiro ficou em R$ 3,156 bilhões. No início dos negócios, a Bovespa ensaiou uma alta, mas o ímpeto foi pequeno. "Durou pouco a reação moderada dos mercados ao comunicado do Fed", comentou um operador. As principais Bolsas mundiais recuaram. Em Wall Street, o Dow Jones caiu 1,22%, a Nasdaq 2,07% e o S&P 500, 1 28%.
Só três ações do Ibovespa fecharam em alta. Nem os papéis da Petrobras se sustentaram, apesar da alta do petróleo. As ordinárias caíram 0,64% e as preferenciais, 1,25%. A questão boliviana também influenciou.