O premier canadense Stephen Harper apresentou ontem uma moção ao parlamento, reconhecendo a província francófona do Québec como uma nação dentro do Canadá. A medida trouxe à tona o debate sobre a questão da separação, com apoiadores vendo com uma jogada política ousada, enquanto críticos consideram uma receita para rachar o país.

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A ação de Harper no parlamento parece ter sido tentativa de esvaziar uma moção semelhante que o Bloc Quebecois, grupo separatista, iria apresentar. O documento do premier, no entanto não inclui as palavras "dentro do Canadá", deixando os federalistas preocupados com o fato de ela poder ser mal interpretada. Harper disse que a moção do Bloc Quebecois era "um pedido incomum", que poderia levar a outro referendo pela independência do Québec.

"Os habitantes do Québec formam uma nação dentro do Canadá? A resposta é sim", disse Harper a uma exultante Câmara dos Comuns, sendo bastante ovacionado. "Os habitantes do Québec formam uma nação independente? A resposta é não – e sempre será não." Os editoriais dos jornais bateram forte no assunto hoje, com o liberal Toronto Star dizendo que a "intervenção" de Harper no debate simplesmente o intensifica.

"A bomba surpresa que Harper lançou ontem nunca irá aplacar os separatistas do Québec, até porque tem o potencial de enfraquecer o Canadá ao fornecer aos separatistas mais um argumento para a próxima vez – e quase com certeza haverá uma próxima vez – que eles tentarem rachar o país", afirma o jornal.

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"A intervenção impensada de Harper nesse debate promete atiçar os separatistas e criar divisões e amargura."

Enquanto os habitantes do Québec votaram duas vezes contra a independência do Canadá em referendos, sendo o último em 1995, os ânimos separatistas continuam na província.

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