Em 2008 haverá eleições para a escolha – pelo voto popular – dos prefeitos e vereadores dos mais de cinco mil municípios brasileiros. É a festa da democracia que se repete, alternando-se eleições municipais e nacionais. Tirante o civismo com que os candidatos se lançam à disputa da preferência da cidadania, nas principais capitais e nos municípios de grande e médio porte, a eleição não raro se transforma em confronto de interesses grupais.
Todo o esforço pela eleição do candidato ungido pelas diversas facções rivais será cumprido, em consonância com as circunstâncias da política paroquiana e seus inevitáveis interesses econômicos, passando também pelas exigências estaduais e nacionais. Infelizmente, mais uma vez haveremos de constatar a enorme lacuna entre a vontade popular e a manipulação exercida por grupos políticos e econômicos.
Congressistas aliados que se notabilizam pelo desejo de conquistar a prefeitura da capital ou de cidades importantes em seus estados, ainda pré-candidatos, contam com o escancarado apoio do governo central, segundo levantamento publicado pelo jornal Folha de S. Paulo.
Ao longo de 2007, é bom repetir, os mais chegados à orientação palaciana foram aquinhoados, cada um, com R$ 1 milhão em emendas que eles próprios se encarregaram de incluir no Orçamento da União, destinadas a investimentos nos municípios de origem.
Pavimentação de ruas, bueiros e postos de saúde são os itens de maior visibilidade na carteira de resultados dos pré-candidatos a prefeito. E como seus votos são preciosos nas votações de interesse do governo, suas emendas não sofrem o menor embargo. É assim desde Cabral, sacramentou diligente parlamentar petista.