A Prefeitura de Curitiba suspenderá 187 funcionários do trabalho por oito dias por terem sido beneficiados por fraude no Bolsa-Família. As fraudes foram descobertas no ano passado e, de acordo com o procurador-geral do município, Ivan Bonilha, uma comissão de sindicância considerou "difícil ver má-fé ou dolo". Além disso, os servidores eram todos primários e, por isso, a punição pelo fato será a suspensão.
Alguns funcionários teriam recebido o benefício por até um ano. O processo administrativo determinou que eles devolvam o dinheiro recebido, com aplicação de juros e correção monetária. Segundo Bonilha, os salários dos servidores variavam de R$ 500 a R$ 2 mil – o que os deixaria fora dos parâmetros do Bolsa-Família, destinado a pessoas pobres, com renda máxima de R$ 60 per capita. À comissão, eles alegaram que não conheciam as regras para a concessão de benefícios.
A investigação sobre quem foram os responsáveis por cadastrar os funcionários foi prejudicada por causa de um incêndio na Fundação de Ação Social (FAS). A prefeitura já comunicou o caso ao Ministério Público Federal, que iniciou outras investigações e pode oferecer denúncia à Justiça Federal. Com a suspensão administrativa, além de não receber o salário dos oito dias, os servidores perdem alguns benefícios, como a possibilidade de serem promovidos e terem licença especial.