Prefeitura orienta população no combate ao abuso sexual de menores

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, nesta quarta-feira (18), foi lembrado pela Prefeitura de Curitiba através de manifestações em todas as regionais. A Fundação de Ação Social (FAS), que executa programas de prevenção e apoio à vítima, em parceria com o Governo Federal e secretarias municipais da Saúde, de Governo, Esporte e Lazer, Fundação Cultural e Administrações Regionais, promoveu palestras, panfletagem, orientação e caminhadas em vários pontos da cidade.

Através dos programas Sentinela, Agente Jovem e da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência, os núcleos regionais da FAS levaram à população informações sobre como identificar, denunciar e encaminhar casos desse tipo. Nas abordagens, as pessoas eram orientadas a usar um dos dois telefones de denúncia: o 0800 990500, nacional, e o 156, da Prefeitura

Na Regional Boqueirão, cerca de 500 alunos de 4ª série participaram da caminhada e panfletagem. "Nosso objetivo é dar visibilidade a questão e mostrar como a população deve agir caso haja suspeita de violência sexual", explicou a coordenadora do núcleo da FAS, Rosely Bittencourt.

As estatísticas mostram a dimensão do problema. "A cada 10 notificações que chegam à coordenação regional da Rede de Proteção, sete dizem respeito a suspeitas ou confirmações de abuso sexual", contou a técnica da Central de Resgate Social, Regina Cecheto, que faz parte da coordenação do Boqueirão da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Regina lembrou, porém, que nem todas as suspeitas são confirmadas, mas que ainda assim os índices são assustadores. "Só na semana passada recebemos seis notificações, quatro de abuso sexual. Destas, duas foram confirmadas", disse.

Informação

A informação ainda é a melhor arma para detectar e prevenir este tipo de violência. A Rede de Proteção treina funcionários de todas as escolas municipais, postos de saúde, hospitais e de outros equipamentos públicos para que reconheçam os sinais de violência sexual ou encaminhem suspeitas. Em ambos os casos, eles preenchem o formulário de notificação obrigatória.

As notificações são levadas à Rede, ao Conselho Tutelar e, caso haja confirmação do caso, a vítima é encaminhada para hospitais, IML e é feito um boletim de ocorrência.

"Quando se trata de abuso sexual, é importante procurar ajuda em 72 horas", explicou a pediatra Heda Muraro, da Coordenação geral da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência. Heda informa que o hospital de referência para crianças até 12 anos é o Pequeno Príncipe. Acima dessa idade, a vítima deve ser encaminhada para o Hospital Evangélico ou o Hospital de Clínicas.

Programação

Em todas as regionais, ações relacionadas ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes mobilizaram a população. A Regional CIC, criada este ano pelo prefeito Beto Richa, anunciou a implantação, no dia 20, do conselho local da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência.

Grupos do Programa Agente Jovem, que envolve adolescentes entre 15 e 17 anos, buscando reduzir o uso de drogas e índices de violência, apresentaram peças, participaram de panfletagem e de orientação nas Ruas da Cidadania.

Hoje, o Agente Jovem atende 500 adolescentes nos nove núcleos regionais.

Já os Conselhos Tutelares realizaram, no início da tarde, uma manifestação com saída da Praça Rui Barbosa, em direção à Câmara Municipal, passando pela Rua XV.

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