O parque público mais antigo de Curitiba, o Passeio Público, que já foi o primeiro zoológico da cidade e viu passar por ele as primeiras canaletas de ônibus expresso – da cor vermelho Ferrari -, faz 120 anos nesta terça-feira (02). É muita história para contar: como zoológico, era iluminado por lampiões, alimentados com azeite de peixe; chegou a ser Jardim Botânico, no século 19; no início do século 20, foi palco da coroação, na Ilha da Ilusão, de Emiliano Perneta como Príncipe dos Poetas Paranaenses.
O prefeito Beto Richa já determinou o restauro total do espaço, uma área de 70 mil metros quadrados. As melhorias foram escolhidas também pela população. "São obras que vão atender as reivindicações da população e promover a manutenção de um dos mais importantes patrimônios histórico e ambiental da cidade", disse Richa. As obras começam neste semestre e incluem a reforma de recintos de animais, recuperação do calçamento interno, restauração do aquário, nova comunicação visual e novo playground.
As histórias do Passeio Público são muitas: o portal principal do parque, na esquina da rua Presidente Faria com avenida João Gualberto, é a cópia fiel do portão do Cemitério de Cães de Paris. Em 1974, o portão foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná. Com tantas referências, os 120 anos do Passeio Público vão ser comemorados ao longo do ano, com as obras de recuperação e restauro.
O projeto de obras da Prefeitura é pautado por uma pesquisa feita no final do ano passado com usuários do Passeio Público, que elegeram as prioridades para os investimentos. A pesquisa ouviu dois grupos de pessoas, os que freqüentam o Passeio durante a semana e os usuários de final de semana. A recuperação da pista de caminhada foi o primeiro item da pesquisa já atendido pela Prefeitura.
Segundo o diretor do departamento do Zoológico, Marcos Trad, além de levar em conta as necessidades dos usuários, o projeto prevê melhorias que assegurem o bem estar dos animais. "Não podemos esquecer que o Passeio Público cumpre a importante tarefa de abrigar e perpetuar exemplares da fauna brasileira, muitos dos quais são espécies ameaçadas de extinção", explica.