A Prefeitura de Curitiba considera positiva a decisão do Departamento de Aviação Civil (DAC) de ampliar o número de linhas de cargas no Aeroporto Afonso Pena, mas não vai desistir da reivindicação de ampliação da pista existente e da construção de uma terceira pista no terminal. A medida do DAC, anunciada na última sexta-feira, durante uma reunião entre representantes de empresas, companhias aéreas, Receita Federal e das prefeituras de Curitiba e São José dos Pinhais, é um pedido dos empresários paranaenses que dependem de aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro para exportar suas mercadorias.
Juraci Barbosa Sobrinho, presidente da Curitiba S.A, acredita que o aumento das linhas para transporte de cargas vai reduzir a dificuldade enfrentada pelos empresários paranaenses. Em 2004, o Paraná exportou 14,5 mil toneladas via aérea. Deste total, apenas 6,7% saíram pelo Aeroporto Afonso Pena.
"A decisão de ampliar o número de linhas de cargas não traz uma solução definitiva para o problema de logística que enfrentamos no Estado", diz Juraci Barbosa. Ele se refere à limitação da pista para pousos e decolagens, existente no Aeroporto Afonso Pena. Com 2,2 mil metros de extensão, a pista impede que aviões cargueiros possam chegar ou sair do terminal com capacidade máxima de carga e com os tanques cheios de combustível.
Com a limitação da infra-estrutura do aeroporto os empresários paranaenses são obrigados a transportar seus produtos por via terrestre até os aeroportos de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. O mesmo acontece com as importações, que ainda têm o agravante do alto custo das tarifas aeroportuárias. Tudo isso, encarece as mercadorias tirando sua competitividade no mercado.
Novas linhas
O chefe do Departamento de Serviço Aéreo do DAC, brigadeiro Hélio Paes de Barros Júnior, que esteve na última sexta-feira em Curitiba, diz que quatro empresas estrangeiras regulares têm direito de tráfego para Curitiba, mas apenas duas podem fazer transporte de carga. Além delas, a Varig também opera no terminal com um vôo semanal.
Durante a reunião realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep-PR), o brigadeiro anunciou que vai solicitar que essas companhias aumentem o número de linhas de cargas para o Afonso Pena. Se isso não acontecer e for suficiente para atender as necessidades do Estado, o brigadeiro diz que o DAC irá autorizar que empresas não-regulares operem no sistema.
Duas empresas já demonstraram interesse em atender a reivindicação dos empresários paranaenses, a Varig e a Absa Carga. Pedro Weber, da Varig, diz que a companhia adquiriu recentemente duas aeronaves que irão aumentar a capacidade da empresa de transporte de carga internacional.
Com isso, a companhia terá quatro vôos cargueiros por semana, saindo de Curitiba – dois para Frankfourt (Alemanha) e dois para Nova Iorque (EUA). A Absa passará a atender o Afonso Pena a partir do próximo semestre.