Rio – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio desacelerou para 0,10%, ante taxa de 0,21% em abril. Nos cinco primeiros meses do ano, o índice acumula 1,75%, taxa de aumento de preços bem inferior aos 3,18% de igual período do ano passado. Os dados divulgados hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que o resultado representa o menor acumulado do ano, considerando-se os cinco primeiros meses, desde 2000, quando foi registrada taxa de ?1,41%.
Já a taxa de 4,23% acumulada nos últimos 12 meses é a menor desde a apurada em junho de 1999 (3,32%). Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a tendência para este ano é que "o resultado de 12 meses venha convergindo para taxas cada vez menores, já que nenhum item ameaça a inflação".
Eulina explicou que a desaceleração da taxa de maio foi influenciada principalmente pela redução de 11,06% do preço do litro do álcool combustível, que contribuiu negativamente no índice em 0,16 ponto porcentual. O produto vinha subindo desde julho do ano passado e chegou a atingir alta de 12,85% em março deste ano.
A coordenadora do IBGE destacou que o preço do álcool se aproximou muito do valor da gasolina nos últimos meses e o consumidor passou a não achar vantajoso utilizar o produto. "A demanda começou a reduzir, as pessoas preferiram se adaptar e consumir mais gasolina", afirmou.
Mesmo com intensa queda registrada em maio, o litro do álcool teve aumento de 13,35% na comparação com dezembro do ano passado. Já a gasolina, passou a custar 0,44% a mais em relação ao mês anterior, com alta localizada nas regiões metropolitanas de Recife (4,46%), Curitiba (4,33%) e Goiânia (2,43%).
O recuo na taxa de maio também teve influência da pequena variação nos preços dos medicamentos (de 2,03% para 1,41%), artigos de vestuário (de 1,18% para 0,90%), energia elétrica (de 1,23% para 0,24%) e condomínio (de 1,25% para 0,74%).
Os produtos não-alimentícios também recuaram de 0,34% em abril para 0,14% em maio, mesmo com alta verificada em itens como gás de botijão, que subiu de 0,67% para 1,26%, motivado, segundo Eulina, principalmente pela crise do gás boliviano, que levou muitas empresas preocupadas com um possível desabastecimento a estocar o produto, elevando a demanda; planos de saúde (1,04% nos dois meses) e automóvel novo (de ?0,16% para 0,77%).
Entre os produtos alimentícios, foi registrada variação de ?0,03% ante ?0,27% em abril, com destaque para o frango, que ficou 8,42% mais caro para o consumidor e havia registrado queda de 5,93% em abril.
O maior índice foi registrado em Salvador (0,50%), puxado pela alta nos remédios, energia elétrica, artigos de limpeza, condomínio e álcool. O menor foi o de Fortaleza (-0,30%), que apresentou deflação, assim como em Brasília (-0,25%), Goiânia (-0,10%) e São Paulo (-0,01%)
Segundo Eulina, para junho a expectativa é de taxas mais baixas já que o preço do álcool deve continuar em queda e vai haver redução de tarifas em algumas regiões, como os ônibus urbanos em Recife e o gás encanado em São Paulo.
"No mês de junho a pergunta é inversa. Questionamos que taxas pressionam para baixo e elas são várias", concluiu. O IPCA é pesquisado nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belém, Salvador Goiânia e Brasília, e mede os preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda de um a 40 salário mínimos.