Brasília (AE) – O chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Donizeti Beraldo avaliou hoje que os preços internacionais do complexo soja (grão, óleo e farelo) continuarão em queda em 2006. A colheita mundial de 221 milhões de toneladas na safra 2005/06, contra 213 milhões de toneladas no período anterior, manterá as cotações em baixa, afirmou. Na média de janeiro a outubro, os preços médios de exportação caíram 15,1%, segundo a CNA.
Para Beraldo, as exportações do complexo soja, principal item da pauta agrícola, devem render entre US$ 8,8 bilhões, que é a previsão para 2005, e US$ 10 bilhões, recorde obtido em 2004. "A exportação do complexo soja deve render US$ 9,5 bilhões em 2006", comentou. Apesar de o Brasil ter registrado redução da produção de soja, em razão de fatores climáticos e da incidência da ferrugem asiática sobre as lavouras, as exportações cresceram. Foram embarcados 34,3 milhões de toneladas de soja entre janeiro e outubro, crescimento de 3,9% em relação aos 33 milhões de toneladas dos dez primeiros meses do ano passado.
Resultado da forte queda dos preços, o faturamento com exportações caiu cerca de US$ 1 bilhão, apesar do aumento dos volumes remetidos ao mercado internacional. Entre janeiro e outubro, o complexo soja obteve US$ 8,2 bilhões em receitas de exportação, 12% menos que os US$ 9,3 bilhões em igual período do ano passado.
