Preços de alimentos têm leve queda e seguram inflação semanal

Rio de Janeiro – Os preços ao consumidor tiveram um aumento médio de 0,32% nos últimos 30 dias encerrados na primeira quinzena de maio. A taxa apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), cujos resultados foram divulgados nesta quarta-feira (16) pela Fundação Getúlio Vargas, é 0,02 ponto percentual menor do que registrada na semana anterior (0,34%). De acordo com o levantamento atual, o que mais contribuiu para o leve recuo do índice foram os preços dos alimentos que tiveram deflação de 0,13% contra a alta de 0,06% contabilizada no último IPC-S. O principal destaque foram as hortaliças e legumes, cujos preços caíram 4,14%.

Para o coordenador da pesquisa André Braz, o índice divulgado indica uma "inversão" no impacto que os alimentos vinham tendo na inflação no decorrer deste ano. ?A parte in natura, que havia pressionado muito o índice no primeiro trimestre do ano, agora vem tendo reduções expressivas contribuindo para a redução da taxa do IPC-S?, afirmou o técnico da FGV.

Ele destacou também que, embora tenha havido deflação na taxa geral para alimentação, houve aumento nos preços dos alimentos processados, como adoçantes, laticínios, carnes bovinas e óleos e gorduras e que essa tendência pode se acentuar nas próximas semanas. ?Mesmo a alimentação apresentando taxas negativas, coisa que não se via desde o final de 2006, há uma nova tendência em curso que é de aumento nos preços dos alimentos processados e essas altas, captadas agora ainda no início podem, a médio prazo, fazer com que o grupo alimentação saia desse terreno negativo? avaliou Braz.

Das outras seis classes de despesa consideradas na pesquisa, além dos alimentos, somente os preços ligados a transportes e à educação, leitura e recreação tiveram variação menor do que na apuração anterior. No caso dos transportes, a redução nas taxas de Seguro Facultativo foi o que mais pesou para baixar o índice de inflação (de 0,44% para 0,36%). André Braz também destacou aumentos menores nos preços do álcool e da gasolina. Na categoria de educação, leitura e recreação, cuja variação passou de 0,17% para 0,05%, os principais responsáveis pelo recuo foram aumentos menores nos preços de shows musicais.

Segundo o técnico da FGV, a redução no índice de inflação poderia ter sido maior não fosse a aceleração nos preços de outras classes de despesa. Em sentido contrário subiram mais os preços dos setores de habitação (0,39% para 0,48%), vestuário (0,45% para 0,81%), saúde e cuidados pessoais (0,65% para 0,71%) e despesas diversas (0,80% para 0,93%).

Na primeira classe de despesa, os destaques foram aumentos nas tarifas de eletricidade residencial, nos preços de material de limpeza e nos salários de empregados domésticos. O maior impacto nos gastos com saúde e cuidados pessoais foi o reajuste nos preços dos medicamentos. Já no grupo vestuário, as contribuições para a alta da taxa partiram dos itens roupas e calçados, por conta das novas coleções que chegam às lojas. Entre os itens de despesas diversas o cigarro foi o que mais subiu.

Na avaliação do coordenador da pesquisa, "a tendência a partir de agora é que o IPC-S continue mais ou menos nessa magnitude beneficiando-se ainda dos efeitos da desaceleração dos alimentos in natura e nas taxas de variação de álcool e gasolina, contribuindo para que o índice venha com taxas ligeiramente menores.?

O IPC-S é calculado semanalmente pela Fundação Getúlio Vargas com base na variação dos preços ao consumidor nos trinta dias anteriores ao fechamento do índice. A taxa divulgada hoje considerou os preços praticados entre 6 de abril e 15 de maio, comparando-os aos registrados entre 16 de março e 15 de abril.

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