A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu
para 1,03% na semana encerrada em 7 de maio, ante alta de 0,88% na apuração
anterior. Foi o maior resultado nesse tipo de indicador desde o início de
fevereiro de 2004, segundo informou hoje (11) o economista da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), André Braz. De acordo com o técnico, a disparada nos preços do
grupo Alimentação (de 1,22% para 1,44%) levou ao resultado. "O grupo Alimentação
respondeu por mais do que um terço do resultado", disse. Para ele, a elevação no
IPC-S não é preocupante, pois os aumentos de preços, no período, não foram
generalizados.
Ao comentar o comportamento do indicador, Braz explicou
que os preços dos alimentos no varejo estão sofrendo, atualmente repasse intenso
da recente alta de preços, no atacado, dos itens agrícolas – que, por sua vez,
foi originada de problemas climáticos no início do ano. Entre os destaques no
grupo estão as acelerações nos segmentos Arroz e Feijão (de 1,82% para 2 71%);
Hortaliças e Legumes (de 3,58% para 5,99%); e Adoçantes (de 3,60% para
4,77%).
O IPC-S também sofreu influência da elevação de preços no grupo
Habitação (de 0,60% para 0,74%). "Esse grupo ainda está sendo influenciado por
preços administrados", afirmou, citando aumento na tarifa de energia elétrica
residencial (de 1,93% para 2,85%), devido a reajustes em três capitais: Belo
Horizonte, Salvador e Porto Alegre.
Dos sete grupos que compõem o
indicador, seis apresentaram acelerações de preços, ante o IPC-S de até 30 de
abril. Além dos dois já citados, é o caso de Vestuário (de 1,20% para 1,76%);
Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,01% para 1,27%); Educação, Leitura e Recreação
(de 0,05% para 0,08%); e Despesas Diversas (de 0,35% para 0,43%). O único a
apresentar desaceleração de preços no período foi o grupo Transportes (de 1 39%
para 1,30%).