A forte aceleração de preços nos produtos agrícolas no atacado (de 0,09% para 1,41%) levou à taxa maior da primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de setembro, que subiu 0,21% ante alta de 0,16% apurada em igual prévia em agosto. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

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Segundo ele, vários produtos do setor agrícola foram afetados por fatores sazonais; mas essa sazonalidade, no período de abrangência da primeira prévia do IGP-M de setembro (coleta de preços de 21 a 30 de agosto), influenciou muitos produtos ao mesmo tempo – e, em algum deles, de forma bem mais intensa do que o usual. "Houve uma concentração de pressões, que têm grande componente sazonal", disse.

Entre os destaques citados pelo economista, estão as elevações expressivas de preços em aves (de -6,79% para 1,47%); milho (de -2,61% para 1,97%) e café (de -5,46% para 2,80%), na passagem da primeira prévia do IGP-M de agosto para igual prévia do indicador em setembro. Além disso, Quadros mencionou outro fator que contribuiu para elevar os preços dos produtos agrícolas: a continuidade na elevação de preços da carne bovina no mesmo período (de 3,91% para 4,74%). O economista lembrou que o setor passa, atualmente, por um período de entressafra – que reduz a oferta no mercado interno, e eleva os preços.

Outro exemplo citado por Salomão foi a forte alta de preço da laranja (de 2,78% para 12,69%), no mesmo período. Segundo o economista, mesmo sofrendo de influência sazonal, a alta de preço da fruta foi bem intensa, até mesmo para o que se registra em períodos de menor oferta do produto. De acordo com ele, esse cenário no setor agrícola conduziu ao fim da deflação nos preços das matérias-primas brutas (de -0,17% para 1,59%), na passagem da primeira prévia do IGP-M de agosto para igual prévia em setembro.

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